A adorável
Doris Day aniversaria no dia de hoje, três de abril, e completa 90 anos de
idade. Única sobrevivente entre as verdadeiramente grandes estrelas da melhor
época não só de Hollywood mas do show-business de modo geral. Doris foi a única
atriz a ser por quatro anos a campeã de bilheterias do cinema norte-americano
(1960, 1962, 1963 e 1964), descontando-se Shirley Temple que, como
menina-prodígio, também se tornou a número um na preferência do público na
década de 30 por quatro anos seguidos. Em seu apogeu como estrela do cinema
Doris superou John Wayne, Paul Newman, Rock Hudson, James Stewart, Glenn Ford,
Tony Curtis, Frank Sinatra, Elvis Presley, Jack Lemmon, Jerry Lewis e outros
nomes de peso que brilhavam no cenário de Hollywood. Todos magníficos atores ou
comediantes, mas diferentemente de todos eles, Doris não só era muito boa atriz
dramática, como comprovou em inúmeros filmes, mas excelente comediante e
extraordinária cantora. Doris Day é considerada pelos críticos especializados a
única cantora branca a fazer parte do seleto grupo onde brilham Ella
Fitzgerald, Billie Holliday, Sarah Vaughn e poucas outras. Ou seja, o mais
admirável conjunto de cantoras que a boa música conheceu.
Apesar do
seu enorme talento Doris Day sempre foi uma pessoa simples, querida por todos
os presentes à produção de filmes, gravações musicais e televisão, veículo no
qual Doris também brilhou. E como era bonita, delicada, elegante e discreta!
Doris não frequentava as páginas sensacionalistas dos jornais, mesmo que sua
vida conjugal não tenha sido nenhum mar de rosas com as escolhas erradas que
fez para seus maridos, especialmente o escroque Martin Melcher que a deixou na
miséria. Para sobreviver Doris foi fazer televisão e anos mais tarde a Justiça
de seu país reconheceu seus direitos. Doris obteve a, até então, mais vultosa
indenização já paga na América. Afastada do meio artístico Doris Day passou a
se dedicar aos seus amados animais (cães e gatos) criando inúmeras instituições
para protegê-los. Para os fãs de faroestes Doris Day será sempre lembrada por
sua maravilhosa atuação como Calamity Jane em “Ardida Como Pimenta”. Nesse western-comédia-musical Doris nos encanta com as interpretações da
premiada “Secret Love” e da deliciosa “Black Hills of Dakota”, que
WESTERNCINEMANIA reedita com a letra original. Parabéns, Lovely Doris Day!
FERNANDO MONTEIRO escreveu:
ResponderExcluirExcelente "crooner" do melhor naipe feminino de uma época ainda dourada, ela foi para o cinema com a sua natural energia, sua alegria imutável (o sorriso de Doris é quase único) e uma empatia que a levou a ser a "namoradinha da época".
E se muitos críticos azedos tomaram esse apelido pelo pior lado, não importa. Nós ainda a amamos -- pelas comédias, por alguns papéis dramáticos levados a bom termo e também por uma "Calamithy Jane" tão improvável quanto profundamente americana, na raiz ardida de Hollywood...
[Parabéns ao Darci pela justa homenagem!]
Fernando
ResponderExcluirO sucesso desperta uma certa ira em muitas pessoas. Nem todos os filmes que Doris Day fez depois do encontro com Rock Hudson foram tão bons quanto a trilogia com os dois. Mas daí a desdenhar do talento de Doris era demais. Marty Melcher queria era fazer dinheiro e as comédias açucaradas rendiam bem nas bilheterias e o talento de Doris foi desperdiçado em filmes bastante iguais até na falta de graça. Mas dos 42 (me parece) filmes que ela fez mais da metade é assistível e Confidências à Meia-Noite é daquelas comédias comparadas ao que de melhor Hawks e Wilder fizeram. Não preciso dizer o quanto gosto de Doris Day atriz e cantora.
Abraço do Darci