Clóvis Ribeiro |
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Hoje aquele prédio foi transformado em
mais um templo evangélico. Até poucos anos atrás era o majestoso ‘Olympia’,
homônimo do célebre e reluzente teatro parisiense, palco das maiores atrações
internacionais. Mas para os antigos moradores da Lapa e adjacências como Água
Branca, Vila Ipojuca, Vila Romana e Pompéia que conheciam o prédio gigantesco
da Rua Clélia n.º 1517, as melhores e mais saudosas lembranças reportam às
marquises do Cine Nacional. O cinema estava no auge quando foi construído ao
final da década de 40. Concebido para uma platéia de milhares de pessoas, o
Cine Nacional quase abrangia o quarteirão composto pelas ruas Clélia, Spartaco,
Coriolano e Aurélia. Desde o início das obras depreendia-se que era coisa de
primeiro mundo com centenas de operários trabalhando a todo vapor. Quando as
fundações deram origem aos alicerces, colunas e paredes, confesso que fiquei
boquiaberto ao pisar e ver in loco as
desproporcionais medidas do futuro cinema do bairro, distante 600 metros da
minha residência (Rua Fábia). Consegui acompanhar a obra e ter acesso ao ‘palácio’
graças aos colegas Édson e Mussula, que tinham livre trânsito para visitar o
futuro Cine Nacional pois os engenheiros e mestres-de-obra utilizavam o
telefone da casa de meus amigos (que moravam no outro lado da rua) para
encomendar areia, cimento, ferro e demais materiais para construção. Finalmente
concluído, o prédio parecia ser uma nave espacial com centenas de luzes e o
pomposo nome em letras com mais de um metro de diâmetro cada uma anunciando CINE NACIONAL.
Ben Johnson e Terry Moore em "Monstro de um Mundo Perdido", filme que inaugurou o Cine Nacional. |
Página do jornal "O Estado de S. Paulo" anunciando a inauguração do Cine Nacional, destacando as 3.300 poltronas do luxuoso cinema. |
Hedy Lamarr e Victor Mature. |
Alguns dos grandes sucessos dos anos 50 que Clóvis Ribeiro assistiu no inesquecível Cine Nacional, no seu querido bairro da Lapa. |
O HOMEM-RELÓGIO
Lee Marvin aterrorizando Gloria Grahame. |
Rapidamente
o Teodoro puxou o barbante com o relógio, travou a campainha, guardou-o e
permaneceu estático. O fator surpresa pôs a plateia em polvorosa e o
‘lanterninha’ corria de um canto a outro procurando ‘culpados’. Não encontrando
jovens delinquentes entre as muitas poltronas vistoriadas, dirigiu-se até perto
do aristocrático Teodoro e perguntou se o mesmo não vira alguns engraçadinhos
por aí. Teodoro com a maior cara-de-pau disse que viu sim e que dois rapazes
fugiram agachados “umas dez fileiras lá
na frente”. Até hoje não esqueci a performance do Teodoro com seu
relógio-despertador. Uma figura que jaz no Cemitério da Goiabeira, no Alto da
Lapa. Aprontou mil e umas. Vi algumas e foram ótimas.
Shirley MacLaine e Liza Minelli, duas grandes artistas que estiveram na tela do Cine Nacional e depois no palco da casa de shows Olympia. |
Clóvis Ribeiro
Clóvis Ribeiro juntamente com alguns de seus grandes amigos cinéfilos: acima com Nelson Pecoraro, Aulo 'Doc' Barretti e Nicolau Jacintho; abaixo com Achilles Hua e Umberto 'Hoppy' Losso. |
Grande Clóvis !! Tenho saudades do amigo !
ResponderExcluirSerá que êle aderiu às modernidades e está ligado na web ?? Será ?
Vamos ver se ainda voltamos a comer aquela pizza com Clóvis,Darci,Achiles,Elorza e tantos outros!
Abraço saudoso !!!