29 de fevereiro de 2012

TOP-TEN WESTERNS DE VINICIUS LEMARC


Cearense de Fortaleza, o educador Vinicius LeMarc tem duas paixões na vida: sua família e a arte, esta última desdobrada em literatura, música e cinema. LeMarc lê bastante e entre suas preferências estão Machado de Assis, Mário Quintana, Miguel de Cervantes e Franz Kafka; LeMarc é também escritor. Na música aprecia tanto a erudita quanto a popular, tendo herdado do pai o amor pela música. O pai de LeMarc era sanfoneiro chegando a liderar uma banda; já o filho Vinicius foi músico até os 20 anos. Quem já visitou o blog de LeMarc, o SarrabulhadaCult conhece sua outra paixão que é o cinema, especialmente o gênero western. E foi justamente o faroeste que aproximou Vinicius LeMarc do CINEWESTERNMANIA que solicitou a ele a lista com seus westerns favoritos. Gentilmente LeMarc nos atendeu e publicamos com enorme satisfação o Top-Ten de Vinicius LeMarc, bem como a íntegra do texto que ele nos enviou como introdução e os comentários de cada um dos faroestes.

À semelhança do que acontece em outros campos dominados pela afetividade, uma das mais difíceis tarefas a qualquer amante de uma dada arte, seja música, literatura, cinema, etc., é escolher as suas obras preferidas. Todos terminamos por desenvolver tal identificação com o conjunto que tal ramo constitui, que, sempre que nos voltamos para uma obra em particular, restamos com a certeza de que preterimos tantas outras iguais ou melhores que as escolhidas. Mesmo no interior de um recorte rigorosamente delimitado, encontramos ainda tal dificuldade. Pois bem. É com essa dificuldade que me deparo neste instante, frente ao desafio proposto pelo amigo Darci: relacionar meus 10 westerns favoritos. Mas a dureza acaba por aí, posto que, afora esse fator complicador, é sempre um enorme prazer falar sobre essas obras que nos encantam a todos, ademais em tão virtuoso espaço, um verdadeiro Saloon, daqueles onde jovens audazes e míticos cavaleiros das pradarias, com a barba por fazer, apeiam para beber um pouco de cultura e fruir seu merecido descanso. E, com a rudeza sábia e calibrada dos homens calejados e conhecedores dos caminhos, vamos todos juntos, na cavalgada, aprendendo um pouco mais sobre o western, o cinema e a vida.

Sobre a lista que segue, posso dizer que é de fato a do momento, porque nunca posso ficar muito seguro de que não me apaixonarei por um novo filme, velho ou novo conhecido, porque essa é uma licença a nós todos facultada, sem embargo para a consciência.Peço licença, ainda, para colocar os títulos dos filmes na versão original, pois não sou muito afeito a algumas “adaptações” de títulos operadas por estas bandas. Vejam o que fizeram a Last Train from Gun Hill, adaptado para Duelo deTitãs, ou a High Noon, que virou Matar ou Morrer. Lamentável! Vamos, então, à lista:

1. C’ERA UMA VOLTA IL WEST (Era uma vez no Oeste)

Este é, entre todos, o meu número um. Devo confessar que sou fã de carteirinha de Sergio Leone. Coloco-o mesmo como o meu diretor predileto. Entre os diretores de western, há duas lendas, a meu ver: John Ford e Sergio Leone. Ambos constituem a quintessência do gênero. O primeiro tem uma obra indiscutível, e representa o melhor do western de linha americana. Sozinho, é o mais belo e necessário capítulo do western mundial. Pela outra trilha, cavalga um gênio extravagante, diferente, e que, com inigualável talento, reescreveu um gênero que já se achava totalmente sem munição.Para mim, John Ford representa o western realista, puro, e cautelosamente equilibrado; Leone, por seu lado, representa o sonho, o onírico; enfim, representa a nossa mais fervorosa paixão pelo gênero e pelo cinema. Leone, tomando a voz a cada um de nós, bradou sem reservas como amava o western, suas histórias e personagens maravilhosos. C’era una volta il West é um filme brilhante e que ilustra essa sua paixão pelo gênero. Trata-se de uma extraordinária homenagem, feita em tom de epopeia. As referências, as interpretações, a reunião de astros indiscutíveis do gênero, a música, a fotografia, o ritmo operístico, tudo, enfim, reunido de uma só vez no mais belo espetáculo que alguém jamais conseguiu apresentar. Se há algo mais modesto nesse filme é a trama, que não apresenta praticamente nada realmente invulgar, mas que é compensada largamente por um roteiro bem feito, e com uma exemplar quebra de linearidade, operada com mestria pelo gênio de Leone. A história do filme é a velha luta pela terra, que tem massacrado muitas vidas ao longo da história, um tema sempre atual em um gênero dito ultrapassado, e o tema da vingança, executada em grande estilo pela personagem do Gaita.

2. IL BUONO, IL BRUTTO, IL CATTIVO (Três Homens em Conflito)

Eurowestern Épico, também de Sergio Leone, e que impõe muitas dificuldades para figurar na segunda posição, se comparado a C’era una volta il West. Na cotação do IMDB aparece em primeiro entre os westerns de todos os tempos, seguido de perto por aquele. Como aconteceu com a maioria dos filmes de Leone, sofreu com a tesoura das produtoras, que acabaram apresentando mutilada uma verdadeira obra-prima do cinema mundial. Ainda assim, restou-nos a maior parte do espetáculo. É um filme longo, mas que incrivelmente não cansa o espectador, pelo contrário, aguça mais e mais a curiosidade do mesmo a cada cena, para chegar, em sua maravilhada companhia, a um final simplesmente extraordinário. As cenas, como a Surra de Tuco, o Êxtase do Ouro, o trielo, etc., o humor, especialmente a cargo do magnífico Eli Wallach, as personagens perfeitamente construídas e sintonizadas, a música do brilhante maestro Ennio Morricone, o estilo grandiloquente de Leone, enfim, toda a sua urdidura impecável, faz de Il buono, il brutto, il cattivo um filme inenarrável e apenas assistível. Não é possível descrever sua grandiosidade. Sua história é a busca por um tesouro em moedas, enterrado em um cemitério, próximo aos campos de batalha da guerra civil americana. O Bom e o Feio sabem, cada um, parte do segredo que leva ao tesouro, e, para complicar as coisas, o Mau sabe que os dois anteriores sabem o “mapa da mina”. Assim, os três embrenham-se numa aventura monumental para conseguir alcançar seu objetivo.

3. HIGH NOON (Matar ou Morrer)

Um western que também merece todo o apreço que tem. De 1952, e ainda em preto e branco, traz um Gary Cooper angustiado ante a necessidade de enfrentar o próprio destino. Grace Kelly quase não faz nada, mas aparece linda de fazer gosto, trajando em um belo vestido de noiva. Afora as discussões teóricas sobre psicologismo freudiano, ou sobre o macarthismo, sempre evocados pelos estudiosos, prefiro, ainda mais, ater-me na paixão irrefreável de ver cenas como a de Cooper literalmente sozinho na rua principal da cidade, abandonado por aqueles que defende. É o tipo de western que mais me apetece. A certeza de que mesmo próximo dos outros, vivemos mergulhados no nosso próprio universo. Recomendadíssimo.

4. SHANE (Os Brutos também amam)

Outro filme obrigatório para os amantes de cinema, especialmente western. Inspirado na luta ocorrida no Wyoming, no fim do século XIX, conhecida como Guerra do Condado de Johnson, teve parte das filmagens na mesma região, especialmente nas belas montanhas Grand Teton. Shane é um forasteiro que busca se estabelecer e construir uma nova vida. Como se fora impossível fugir do próprio destino, Shane termina se vendo em meio à luta entre os colonos e os grandes pecuaristas, que buscam expulsar aqueles do vale, para expandir seus negócios com o gado. É um filme riquíssimo, de que se pode falar muita coisa, mas que não nos permite esquecer a figura de Joey, o filho do casal de colonos, que passa a idolatrar Shane, e que tem uma atuação inesquecível. Alan Ladd sempre foi muito pouco valorizado, mas, eu, particularmente, gosto de vários trabalhos seus, e, claro, em Shane ele mostrou todo o seu valor. Não dá pra pensar em Shane com outro protagonista.

5. HEAVEN’S GATE (O Portal do Paraíso)

Este é outro filme western incrível. Até já fiz uma pequena resenha sobre ele, discutindo alguns de seus aspectos. Não é preciso dizer que ele é conhecido pela maioria dos amantes do western, e por muito mais gente, como um filme maldito. Responsável pela derrocada definitiva do gênero. Sinceramente, não consigo me acostumar com a ideia de que um filme como esse possa ser visto apenas assim. É preciso reabilitá-lo, se é que isso é possível, depois de todo o estrago. Como Shane, trata exatamente da mesma guerra entre colonos e fazendeiros. Mas, em Heaven´s Gate, Cimino foi extremamente pretensioso, o que pode ter ajudado, de início, no insucesso do filme junto ao público e à critica, ao fazer um filme que queria ser o maior western de todos. No meu entendimento, Cimino foi muito bem, apesar de ter falseado algumas coisas no espetáculo. O inacreditável é não termos no Brasil uma edição em DVD ou Blu-ray desse filme indispensável aos amantes do western, mesmo os que o odeiam.

6. THE MAN WHO SHOT LIBERTY VALANCE (O homem que matou Liberty Valance)

Dos filmes de John Ford, talvez esse não seja o melhor, mas a mim me parece. Gosto demais do contraponto entre as personagens de James Stewart e John Wayne. Cada um com suas convicções, e lutando para manter-se no interior das mesmas. Além disso, a relação entre ambos é das mais bem construídas do cinema. Homens que travam uma batalha relativamente silenciosa entre si, mas que ainda assim, admiram-se mutuamente, reconhecendo no outro virtudes que a si poderiam completar perfeitamente. Diria que são uma pequena alegoria sobre a vida, dois lados de uma mesma moeda, que se completam para poder subsistir. The Man Who Shot Liberty Valance conta a história de Ransom Stoddard, um advogado que vai para o velho oeste e lá encontra o império da força dominando a cidade de Shinbone. Tentando educar as pessoas para um novo modo de vida, entra em conflito com o fora da lei Liberty Valance. Propõe-se a enfrentá-lo por mecanismos legais e termina virando alvo de chacotas. Após muito relutar, descobre que a lei naquele fim de mundo ainda não seria capaz de assegurar toda a tranquilidade às pessoas e a si próprio. A disputa entre Stoddard e Tom Doniphon pelo amor de Hallie oferece alguns dos momentos mais agradáveis do filme.

7. THE APPALOOSA (Sangue em Sonora)

Marlon Brando fez muitos filmes essenciais, dentre eles, alguns poucos westerns, realmente memoráveis. Neste grupo, há um, que me apraz muito: Appaloosa, de 1966. O filme, encarado como um todo é bom, mas os cerca de 40 minutos iniciais, são fabulosos. Consiste no trecho que se estende até a sua saída para buscar seu lindo cavalo Appaloosa. A interpretação característica de Brando, as falas, a câmera, o ritmo, tudo funciona, criando um espetáculo para ser apreciado com atenção e real deleite, o que é impressionante, tendo em vista os problemas de Brando com o diretor no set de filmagens. A história do filme começa quando Matt retorna da guerra, decidido a reencontrar-se com o irmão mexicano de criação e começar um rancho. Acontece que ele tem os planos frustrados por Chuy Medina, que lhe rouba o belo cavalo. A partir daí, Matt inicia uma perigosa busca por seu garanhão, no meio do bando de Chuy. A relação de Matt com a família é por vezes ambígua e de dominação, mas, no geral, funciona bem. Uma cena, entre tantas interessantes, é a da queda de braço, com os escorpiões à espreita. Muito interessante!

8. IL GRANDE SILENZIO (O Vingador Silencioso)

Belo Eurowestern do cineasta italiano Sergio Corbucci. A personagem do vingador silencioso chega a Snow Hill durante um inverno rigoroso e encontra praticamente todos os homens da cidade escondidos na imensidão gelada das montanhas. Eles buscam fazer pequenos assaltos para sobreviver e são impiedosamente perseguidos por caçadores de recompensa. Dentre estes, destaca-se Loco, interpretado de forma inconfundível por Klaus Kinski. Não demora e o Vingador Silencioso entra em rota de colisão com Loco, após ser contratado por Pauline para vingar a morte do marido desta, que ocorrera pelas mãos do facínora. O final é antológico. A fotografia branca, a paisagem desoladora e a música triste de Morricone fazem deste um filme obrigatório para os amantes do gênero.

9. PER UM PUGNO DI DOLLARI (Por um Punhado de dólares)

Mais um eurowestern indispensável de Leone, aliás, todos os seus filmes são. É reconhecidamente o filme que estabeleceu o paradigma do western italiano, que renovaria o gênero e que influenciaria muito do que foi feito depois no cinema, western ou não. Nele, um estranho sem nome chega a uma cidadezinha dominada por duas facções criminosas, e com motivações pouco claras, se interpõe aos dois grupos, dando início a um audacioso plano, que termina por livrar a cidade de sua tirania. Baseado em Yojimbo, de Akira Kurosawa, Per um Pugno di Dollari é um filme que sempre me agradou muito, primeiro, por tudo o que representa, e, depois, pelo roteiro, pelas performances e, principalmente, pela forma inovadora com que Leone o filmou. Outro ponto que não se pode esquecer é da música de Morricone. Sem dúvida, aqui se inaugura a mais bem sucedida parceria entre diretor e compositor, no cinema.

10. UNFORGIVEN (Os Imperdoáveis)

Dos westerns da nova safra, acredito seja este o melhor. Conta a história de William Munny, um pistoleiro aposentado que resolve se unir a um jovem caçador de recompensas e sair em busca dos cowboys responsáveis por desfigurar o rosto de uma prostituta. Will convida para a jornada seu velho parceiro Ned, que, como aquele, se afastara do crime, para construir família. O que começa como motivação por dinheiro acaba por se tornar uma questão pessoal. Gene Hackman está fabuloso como o xerife linha dura e meio louco. Eastwood, por sua vez, mostra que é um eterno cowboy. Digamos que foi, para ele, uma despedida à altura do gênero que o alçou ao posto de um dos maiores nomes do cinema mundial. Nos créditos, o justo agradecimento a seus dois grandes mestres: Don Siegel e Sergio Leone. A fotografia de Unforgiven é um ponto alto do filme, os diálogos em alguns momentos são de arrepiar, a expressão taciturna do pistoleiro sem coração é uma das mais marcantes do cinema. Indispensável!


                                                                                                       Vinicius LeMarc

34 comentários:

  1. Muito bom encontrar O PORTAL DO PARAÍSO nesta lista. Um ótimo western pouco valorizado.

    O Falcão Maltês

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  2. Vinicius, atribui-se a Heaven's Gate ter determinado o fim do gênero, o que não é verdade. Em 1980 o faroeste agonizava e já não era mais que uma pálida lembrança das tantas décadas de sucesso e inesgotável produção. Outros filmes cuja produção foi custosa também resultaram em grandes fracassos sem que esses gêneros tivessem suas mortes determinadas. Dez anos após Heaven's Gate tivemos a superprodução Dança com Lobos e os exemplos de outros westerns que sucederam a Heaven's Gate são muitos.
    Você tem razão quando diz que Liberty Valance não é o melhor western de John Ford, mas se considerarmos Rastros de Ódio hors concours, o filme do facínora Lee Marvin passa a ser o melhor, na minha opinião, claro.
    Mais do que Os Imperdoáveis, gosto de Josey Wales e mesmo de Cavaleiro Solitário, remake de Shane por Clint Eastwood, que desta vez ganhou de John Wayne (3x1), assim como Leone ganhou de John Ford (3x1).

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    1. Belo texto do Lemarc sobre O Homem que Matou o Facínora. Os personagens de Wayne e Stewart como "dois lados de uma mesma moeda, que se completam para poder subsistir". Nessa "alegoria sobre a vida", é que também vejo a grandiosidade dos personagens de Stagecoach, que igualmente possuem suas universalidades. A narrativa de Ford em Stagecoach está imortalizada.
      Sabe, Darci, uma das razões que coloco este acima de O Homem..., é a repetição de personagens. Prefiro o doutor ao jornalista.

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  3. Top interessante. Acima de tudo gostei de ver O GRANDE SILÊNCIO nessa lista. Um filme perdido, em Espanha nem sequer foi lançado na época.

    --
    Pedro Pereira

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    http://auto-cadaver.posterous.com

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  4. Darci, é muito difícil mesmo escolher um filme melhor diante de tanta coisa boa. Vou colocar aqui de maneira simples como situo esses filmes e cowboys.

    1. O maior cowboy de todos é John Wayne; mas Clint Eastwood representa um recanto intensamente iluminado no interior da vasta produção do gênero;
    2. O maior diretor, considerada a extensão e a qualidade da obra, é John Ford; mas, pra mim, Leone é o maior diretor em capacidade de manipular esteticamente uma película só;
    3. O western americano é seguramente, em seu conjunto, e em profundidade psicológica, inigualável; mas o western italiano (europeu) tem um valor estético, em seu conjunto, que não pode ser subestimado; é um western inovador e “irresponsável”;
    4. Tanto no western americano quanto no italiano há filmes realmente ruins. No americano não sou muito chegado aos filmes B, por exemplo. No Europeu, há verdadeiros filmes c (ou D), mas até num chamado trash de Demofilo Fidani você encontra umas fidanices que chamam a atenção. Eles pareciam loucos se divertindo, e isso os aproximou da tendência pós-moderna da arte popular. Numa imagem, eu diria que os americanos seguiam regras mais fixas, e um pouco mais redutoras. Já a regra dos europeus era “não há regras”. E a mistura de simplificação com a invencionice ilimitada acabou beneficiando-lhe, no geral, o resultado.

    Ah, concordo com você sobre Heaven’s gate. Ele parece ter ficado injustamente com a culpa de todo um processo muito maior. Josey Wales? Excelente!

    Abraço!

    Lemarc

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    1. Boa síntese! Ainda que não recomendaria um filme de Fidani a alguém que ainda inconfortável com o género. Hunt Powers dizia em entrevista que o espírito das gravações com Fidani era fora de série, começavam a trabalhar tarde e logo iam todos para a mesa onde a srª Fidani preparava pesados almoços de pasta e onde discutiam mais do que realmente filmavam. Os seus filmes são transloucados, isentos de sentido estético mas actualmente são considerados filmes de culto. Curiosidade para alguns será que o actor brasileiro Celso Faria participou em parte da filmografia de Fidani.

      --
      Pedro Pereira

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  5. Está visível que estamos nos relacionando com uma pessoa de boa educação, de excelente caráter e de gosto refinado pelas artes.
    Tal contexto meu sobre a pessoa do companheiro LaMarc se forma pela extração feita a respeito de sua escrita, suas preferencias e seu bom posicionamento ao por suas palavras e opiniões no papel.

    Apesar de ter lido tudo que o novo companheiro já colocou neste blog, e ter até tentado um contato com o mesmo atraves de uma resposta a um vosso comentário, apresento ao amigo LeMarc as boas vindas ao Mania, com seus trechos e opiniões que somente engrandece a quem as lê.

    Apesar da sétima arte ser meu passa tempo favorito, também gosto de Musica Erudita, assim como de escrever, fato que me aproxima muito das preferencias do novo companheiro.

    Quanto à dificuldade em extrair de um rosário de boas fitas de faroestes os seus dez preferidos, todos que fazemos tal seleção passamos pel mesmo dilema, independente de tal escolha ser um momento de algo extremamente pessoal e intocável.

    Quanto ao blog citado pelo colunista, e que desconhecia, tenho planos de dar uma passada por lá e deixar registro de minha passagem.
    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Caro Jurandir,

      Agradeço a gentileza de suas palavras e também suas boas-vindas. Participar no Cinewestermania é, para mim, motivo de grande satisfação. Trata-se de um espaço riquíssimo e que congrega um grupo de cinéfilos de alto nível. Ler as matérias do Darci é a certeza de aprendizado, atraves de textos extremamente interessantes. Os comentários feitos por todos geralmente não ficam atrás. Espero que o Cinewesternmania continue seu enorme crescimento, tornando-se, definitivamente, um dos maiores espaços para os amantes do cinema na web, especialmente western. Um espaço que é democrático (no bom sentido), onde as divergências são encaradas como naturais e necessárias, acolhendo a todos, independente de suas preferências cinéfilas, afinal, algo nos aproxima a todos: o amor pelo cinema.
      São muito sábias suas palavras quando diz "momento extremamente pessoal e intocável". Acho esse tipo de escolha muito mais difícil que a apuração no carnaval, onde acharam um jeitinho de deixar os perdedores com pontuação praticamente igual a do vencedor. Não é fácil colocar "Apaloosa" onde poderia estar "A face Oculta". Mas um homem tem que cumprir o seu destino.

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  6. LeMarc,

    Bom toque o do amigo Nahud.
    Esta fita do Cimino, Portal do Paraiso, que a critica cai de porrete sobre ela, me deixa mais tranquilo quando a vejo fazendo parte de seu top-ten.

    Se algum amigo que estiver lendo este comentário tiver este filme e houver qualquer oportunidade de me ceder uma cópia, ficaria imensamente grato, já que há anos venho no encalço da mesma sem jamais ter sucesso.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  7. Olá, LeMarc. Leio pela primeira vez o termo fidanice e já rio imaginando como possam ser os filmes de Demófilo Fidani. Os trashs podem ser até divertidos e o faroeste norte-americano não chegou, me parece, a ser usado como cenário para filmes assim. Recordo de A Louca Corrida do Ouro, de Paul Bartel, com Divine, muito distante do melhor de John Waters. As comédias ou paródias feitas em Hollywood sempre provocaram boas gargalhadas, desde o Treme-Treme de Bob Hope, passando pelo Kid Sheleen de Lee Marvin e pelo Zorro Gay de George Hamilton, até atingir seu momento supremo com Banzé no Oeste, citado por aqui recentemente por um admirador de westerns-spaghetti como uma porcaria. Veja você quanta falta de humor, ainda mais vindo de um fã daquilo que você chama de “cinema irresponsável” e que muitas vezes era a paródia da paródia. Acredito que quando você diz que não é chegado a filmes B, os queridos double features, esteja se referindo naturalmente a faroestes. Mas mesmo entre este tipo de produção há faroestes magníficos como o recentemente lembrado aqui neste blog Homens Indomáveis, (re)descoberto por Martin Scorsese. Não sei até onde possa levar um filme a ser melhor a prática de manipulá-lo esteticamente, ou seja estilizar cenas com rebuscados e nem sempre necessários movimentos de câmaras, cenas que poderiam ser feitas com simplicidade. O conteúdo sempre será mais importante que a forma. E vale lembrar que William K. Everson e Pauline Kael afirmavam que os faroestes eram melhores quando menos pretensiosos. LeMarc, seus comentários têm um incrível poder de síntese como, por exemplo, quando você fala com propriedade de John Ford e de Clint Eastwood.

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    1. Caro Darci,

      Sei que minhas respostas estão fora de tempo, mas vamos lá. Essa querela entre quem é melhor, se western americano ou europeu, é algo que nunca achei muito necessária. Talvez seja para os americanos e nem tanto para os europeus. Gosto dos dois modelos e reconheço o primado do western americano, apesar das críticas, especialmente quanto a um detalhe que me chama mais atenção: a acusação de que este é maniqueísta. Isso nunca me importou e eu tenho fortes motivos para entender relativamente bem essa faceta de que o acusam. Quanto ao europeu, acho sempre uma experiência estética muito interessante, embora reconheça que os argumentos dos filmes revelem excessos que às vezes não acho bonitos de se ver (pode parecer ingenuidade, mas penso que um livro, um filme, etc. são poderosos formadores e entendo que o western traz uma carga positiva para quem sabe extrair, porém perigosa, para gente com tendências negativas. E eu acredito numa "sociedade de homens"). Nesse ponto, o western americano é muito mais feliz. O acho prospectivo, ao contrário do europeu. Quanto aos filmes B, não tenho preconceito com eles. Adoro, por exemplo Randolph Scott, seja num A ou B. Assisto filme trash sem problemas, de vampiros da Hammer, de Frankestein, etc. Veja que, às vezes, assisto a série Daniel Bonne com meus dois pequenos porque eles adoram e me querem por perto. Mas prefiro The Rifleman. Como você, amo John Ford, em especial, sua concepção de família, aquela de “Como era verde meu vale”, por exemplo. O homem era como o bom juiz de futebol, aparecia pouco pra deixar o "jogo" correr, construía tipos humanos maravilhosos. Sua linguagem cinematográfica é de uma pureza e eficácia impressionantes. Já Leone realmente era aquele que "enfeitava o pavão" (mas ele fazia isso como ninguém). E não era só isso. Todo ator crescia perto dele. Em “Quando explode a vingança” Rod Steiger está simplesmente magnífico. “Era uma vez na América” é meu filme de gangster preferido. Queria que ele tivesse feito seu desejado filme de guerra, mas... O melhor é mesmo não os compararmos, porque já ganhamos, tendo os dois.
      Abraço!

      Lemarc

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  8. Ivan, entendi de outra forma a análise do LeMarc sobre Tom Doniphon e Rance Stoddard (Wayne e Stewart). Eram pessoas inteiramente diferentes entre si mas cada qual admirando as qualidades do outro. John Wayne reclamou muito de John Ford, durante as filmagens, alegando que em O Homem que Matou o Facínora James Stewart tinha as melhores cenas, enquanto ele só ficava para lá e para cá como se fosse parte da mobília do filme. Pobre Duke que não percebeu que vivia naquele filme um dos maiores personagens de sua carreira. Coisa que só mesmo John Ford era capaz de fazer.

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  9. Olá, Pedro
    Como este blog focaliza mais amplamente o faroeste norte-americano, é importante esclarecer quem é Hunt Powers que você cita como se fosse familiar a a todos os fãs do gênero. Hunt Powers, cujo nome verdadeiro é Jack Betts, é um ator norte-americano que emprestou seu talento a produções com os atraentes títulos "Arrivano Django e Sartana... è la Fine"; "Quel Maledetto Giorno d'Inverno... Django e Sartana all'Ultimo Sangue"; "Inginocchiati Straniero... I Cadaveri Non Fanno Ombra!". Será que estes títulos se devem à pasta cozida pela Signora Fidani?
    Darci

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    1. A editora Tarquina explorou a fama dos filmes originais dessas personagens. Valia tudo, mas o resultado foi realmente fraco. São filmes divertidos de assistir pelo ridículo e que friso, não devem ser vistos por iniciantes na facção europeia do western. Curiosamente são mais famosos hoje em dia do que alguma vez Fidani almejaria e olha que o homem era medium!

      Por curiosidade saibam que mesmo passados alguns anos do seu regresso aos EUA, Fidani continuava a usa-lo nos seus filmes via filmagens de stock. Trash, meus amigos. Jack Betts faria uma pequena grande aparição em Falling Down e ainda hoje se mantém activo. Se tiverem curiosidade em conhecer o seu curriculum western, vejam por favor "Sugar Colt".


      --
      Pedro Pereira

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  10. Boa tarde para todos
    É uma lista impressionante, em vista de grande cultura de nosso estimado convidado do TOP-TEM da vez. Mas confesso aos amigos que da relação do nobre filho de Fortaleza (e sou filho de Cearense, meu pai era de Camocim), apenas três filmes de sua lista compõem em meus dez favoritos. Mas evidentemente, não desmerecedora os demais, tendo em vista que estão em uma relação de meus 20 ou 25 mais chegados...

    Falando nos três entre dez, MATAR OU MORRER é o filme que não envelhece, pois trata do medo e da perseguição, sempre presente em nosso mundo moderno. Uma alusão ao Marchartismo tão ameaçador na época em que foi lançado que, na realidade, pode também aludir a outros modos de perseguição, medo, e tirania. Uma cópia, amigo Lemarc, se vc não sabe, foi depositada em uma cápsula do tempo para ser aberta somente no ano 2.213, pois os americanos consideram este filme muito importante. SHANE é um clássico não somente do gênero como do cinema em geral. OS IMPERDOÁVEIS foi o ressurgimento nos anos 90 do gênero genuinamente americano que tanto amamos, e vejam as reportagens da época se puderem, foi o louvor de um renascimento, ainda que passageiro, sob os auspícios talentosos de Clint Eastwood.

    EM CONTRAPARTIDA, gosto de SANGUE EM SONORA, e o que chama a atenção, além do trabalho e da performance de Marlon Brando, ainda tendo o nobre John Saxon, que ainda em pouco tempo de cinema atinge a maturidade de um veterano ao contracenar com o gigantesco monstro sagrado. Mas meu Western, e por que não dizer, meu filme preferido com o Deus Brando é a FACE OCULTA, que se encontra entre meus dez westerns de minha preferência. Mas gosto é gosto, visão é visão, e não se discute, mas certamente, THE APPALOOSA é um dos grandes Westerns Classe A de todos os tempos.

    Vale lembrar Sergio Leone que ele incluiu em sua listagem, TRÊS HOMENS EM CONFLITO E POR UM PUNHADO DE DÓLARES na preciosa listagem do colega, que são os dois mais importantes da minha preferência a la Spaghetti junto com POR UM PUNHADO DE DÓLARES que não foi aqui incluso. ERA UMA VEZ NO OESTE apesar de reconhecer como importante obra do Mestre Leone, não figura em minha listagem, mas sem dúvida realça o gosto fenomenal do LeMarc, que parabenizo por esta importante preferência.

    Paulo Néry

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    1. Caro Paulo,

      Obrigado pelos elogios, mas não exagere, sou apenas um aprendiz de aprendiz. Acho “A face oculta” um filme mais “inteiro”, e maravilhoso, mas aqueles 40 minutos iniciais de The Apaloosa me deixam meio extasiado, e quando isso vai declinando o filme já acabou, e eu nem percebi que ele diminuiu um pouco a qualidade.

      Abraço!

      Lemarc

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  11. RASTROS DE ÓDIO? Cadê? Blasfêmia com certeza não inclui-lo..pena de morte já.

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  12. Olá, Jefferson. Concordo com você, mas não com a pena de morte. Uma boa sugestão seria fazer rever o filme, como acabei de fazer após ouvir o Jurandir falar mal de No Tempo das Diligências pela enésima vez. Que western maravilhoso, perfeito, o mais terno romance de qualquer faroeste, entre Dallas e Ringo. E Doc Boone. Ford era um gênio, sem nenhuma dúvida. Estou falando tudo isso só para lhe dizer que No Tempo das Diligências é meu quarto western favorito de John Ford. Há três outros na frente dele e o primeiríssimo absoluto é Rastros de Ódio.
    Um abraço do Darci

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  13. Darci;

    Vou esclarecer de uma vez por todas tudo o que sempre quis dizer sobre Ford, No Tempo... e Rastros de Ódio;

    - Minha aversão a Ford dá-se, quase que exclusivamente, pelo seu grosseiro modo de tratar seus empregados (atores). Como já falei antes, todo ser humano deve ser tratado como tal, coisa que ele não fazia. Desrespeitava homens e mulheres e isso me fez detesta-lo. Mas ele fez sim, reconheço isso, bons westerns.
    Recorda o que ele fez com Ben Johnson, com Ava Gardner, sem falar o que o Duke e o Fonda, assim como o Bond (Ward) devem ter passado em suas mãos para fazerem tantos filmes com ele.
    Quanto ao que ele fazia com o Harry Carey Jr., nem vou comentar!
    Ford era, portanto, um animal, um sujeito sem educação, um Hitler. Agora indago; Hitler era burro? Pois é.

    - No Tempo Das Diligencias, que acabei de ver cerca de um mes atrás, não é um filme desprezivel. Claro que não. Nunca disse isso. Disse apenas que não via nele tanta coisa positiva como muitos vêm. Tem bons desempenhos ( Trevor, Mitchel, e o xerife, que ora me foge o nome). Além de ser, praticamente, o filme que abriu as portas para Wayne e Ford na linha western e quase nada mais. Veja; isto é o meu ver.

    - Rastros de Ódio; jamais o menosprezei. Ao contrário; vejo nele coisas bem feitas, coisas boas, bela fotografia, algumas boas interpretações (como Wayne e o Scar) dentre outras positividades.
    Mas não consigo ve-lo como o melhor faroeste já feito. Não consigo e muitos concordam comigo. Da mesma forma que muitos estão do seu lado e dizem que o é.

    Nada além destes pontos de vista. Tinha cisma com No Tempo...
    O revi para tirar ou não as cismas e não tirei. Ele segue sendo um filme comum e até ficando a dever.

    Lamentavelmente, meu caro Darci, é isto aí. É uma questão de gosto, opinião, sentimento, coisa pessoal, nada tendo a ver em ser do contra apenas para contrariar alguém.
    É o mesmo de alguém escolher seu clube de futebol, selecionar os 10 melhores filmes, dizer qual sua musica prefetida, etc.
    É coisa, exclusivamente, pessoal, intima.
    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Jurandir, ainda bem que você reconhece que John Ford fez bons westerns. O que seria muito bons westerns, excelentes westerns ou obras-primas do gênero?
      Darci

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  14. Não, Darci;

    Não apenas isso. John Ford fez muitos outros bons filmes que não foram westerns.

    Ou não se lembra de Como Era Verde O Meu Vale? Ou Vinhas da Ira? Ou O Ultimo Hurrah? Mogambo? Depois do Vendaval e etc?

    Ao contrário. Ele fez bons filmes sim, porém muitos melhores os não faroestes que estes. Olhe sua lista e veja se tenho ou não razão.

    Não falo mal dos trabalhos dele, de seu conjunto, de sua obra. O que me faz o detestar é seu imperialismo, sua tirania, sua falta de respeito para com seus empregados.
    Mas ele fez sim grandes filmes. E Rastros de Ódio é um deles, sem sombra de dúvidas. Só não é o melhor faroeste já feito. Isso não.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  15. Caro Jurandir, algo que sempre foi questionado é John Ford ter recebido quatro prêmios Oscar, nenhum deles pelos seus faroestes.
    Quanto a Rastros de Ódio não ser o melhor faroeste, há controvérsias...
    Um abraço - Darci

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  16. Darci
    Quando se vê a cara destes maldosos que fazem parte da lista do LeMarc; Lee Van Cleef, John Saxon, Klaus Kinski, Gene Hackman, Gian Maria Volontè, Henry Fonda etc...
    Chego a conclusão de que quanto mais for odiado o bandido, mas se gosta do filme, ou seja, se não tiver um bandido digno de ser tão odiado na história, ela fica fraca.
    Quando se via o close-up nos olhos de Gian Maria Volontè (Indio) em "Por um Punhado de Dólares", dava pra sentir que se ele pudesse, ele sairia da tela do cinema, pularia e agarraria o seu pescoço na sua cadeira.
    Todos deveriam sofrer em suas mãos e isso era uma das estratégias de Leone. O público tem que sentir isso.
    "Todos tem que sentir o quanto o bandido é mau para que passem a gostar ainda mais do mocinho".
    Gostei da versatilidade da lista do LeMarc.

    www.bangbangitaliana.blogspot.com

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  17. Edelzio, mais do que propriamente da lista eu fiquei impressionado com a clareza dos pontos de vista e comentários do LeMarc que me parece pertence a uma novíssima geração de fãs de faroestes. Quanto aos bandidos, sempre tive por eles fascínio maior que pelos heróis que afinal desapareceram dando lugar para os anti-heróis, muitas vezes longe da imagem dos mocinhos à antiga.
    Darci

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  18. Gostaria de me desculpar aqui ao Le Marc.Absorvido na polêmica gerada pelo Top ten de Edelzio sua lista acabou me passando despercebida. Percebe-se em seu esplêndido texto um crítico de percepção acurada. Um texto tão bem escrito só poderia ter sido redigido por um formidável e hábil escritor e conhecedor atento das muitas artes que nos envolvem. Apresentou uma relação de filmes ponderando e buscando o equilíbrio entre conteúdo e estética. Não posso opinar nesse momento sobre Heaven's gate porque lembro de não tê-lo assistido por completo. Quanto à discussão sobre conteúdo e estética em westerns, nos filmes de Sergio Leone as duas coisas estão intrinsecamente ligadas, o plástico (planos em close-up)traziam o conteúdo colado nele como um verniz;o conteúdo do argumento fluía através das cores rebuscadas impressas no rosto das personagens,mesmo que em algum momento o roteiro parecesse oscilar. No processo de composição imagética ocorria a síntese perfeita,onde ele capturava todo o sentimento que deveria ser passado pelo ator e que já estava previsto no roteiro. Algo único na história do cinema e que só poderia ser executado por um grande maestro, um gênio. Leone tinha o domínio total de tudo e qualquer crítica ao seu estilo se perde no vazio, escorrega pela curva da tangente,cai no vazio e se desvanece no vento. Este é o Grande,excepcional e humilde lemarc.

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  19. Nada de desculpas, Aprigio, todos temos tantas coisas a fazer que acabamos falhando um pouquinho aqui ou ali. Agradeço suas palavras elogiosas, mas devo advertir, sem falsa modestia, que apenas tento fazer ou falar do que vejo e sinto, sem maiores preocupações, o que dá um resultado pelo menos aceitável. Poder trocar figurinhas, como diz o Darci, com pessoas inteligentes como vocês, e sobre esse universo que a nós todos cativa, é já um grande presente pra mim. Bem, mas me deixemos de lado e falemos sobre os talentos de Leone, Ford, Morricone, etc. os gênios que mesmo com o passar dos anos mantém força para reunir tantos admiradores em tantas discussoes apaixonadas, como as dessas listas.
    Leone é sem dúvida um dos maiores diretores de cinema da história, pena que há tanta gente que relute em reconhecer essa obviedade, mas, graças a pessoas como as desse grupo de cinéfilos, está ficando cada vez mais difícil negá-la.

    Grande abraço!

    Vinícius Lemarc

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  20. José Fernandes de Campos9 de novembro de 2012 às 22:14

    Boa noite Lemarc. Só hoje vi a sua lista. O que mais me impressionou foi você ter colocado na lista um grande filme que é O PORTAL DO PARAISO. Vi este filme no seu lançamento no falecido cine Vitoria aqui no rio, com a lotação esgotada até no terceiro andar (velhos tempos) e a plateia ir saindo aos poucos do cinema. Achei um filmaço (sempre gostei do Cimino) e não sosseguei até comprar o VHS e depois o DVD na Amazon. Não ´=e um filme para qualquer um. Explendido em alguns aspectos. A trilha (possuo o LP) é magnifica, a fotografia excelente e o show do Brad Dourif? A sequencia do baile do galpão com o rapaz tocando o violino é digna de estar entre as melhores sequencias de um western. Outrro filme que me chamou a atenção foi o italiano/western O VINGADOR SILENCIOSO (já tive oportunidade de falar sobre este filme neste blog e até nas respostas ao meu top ten). Acho o melhor westenr italiano junto com KEOMA. Seus comentários sobre os seus eleitos são precisos e de grande confiança no que você escolheu. Até derepente.

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  21. José Fernandes de Campos9 de novembro de 2012 às 22:25

    Como li que muitos cinefilos estão interessados no filme O PORTAL DO PARAISO, o site AMAZON vende uma fita em DVD com legendas em portugues (de PORTUGAL) você vai achar esquisito mas é muito bem feita. Na internet você vai encontrar um download razoavel (as legendas são desencontradas) mas a imagem é boa. Como já falei antes sou seu fã. Você escreve como um professor. Até derepente.

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  22. José Fernandes de Campos9 de novembro de 2012 às 22:32

    Lemarc, vi alguns filmes do Demofilo Fidani e o que achei mais interessante (bem tosco) foi Furia Nera. No you tube tem tres filmes dele .

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  23. Olá, Fernandes e demais interessados - O canal Telecine Cult exibe O Portal do Paraíso de vez em quando, como o fez hoje, dia 9/11/12. Na íntegra, cópia muito boa e com excelentes legendas. Devem circular cópias do Telecine Cult. - Darci

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  24. Caro José Fernandes, espero que você leia este breve comentário. Demorei tanto porque, confesso, volto poucas vezes a esse Top-Ten. Acontece que, de vez em quando surge um novo comentário, e acaba que fica assim, como se eu não ligasse para eles. Gostaria de agradecer os elogios, sobretudo no que diz respeito à escolha de O Portal do Paraíso. Noto que você gosta bastante dele, como eu. O Darci fez uma excelente resenha a respeito dele esses dias, que creio, você viu. Gosto tanto dele que me arrisquei também a dizer algumas palavras a respeito do mesmo no meu modesto espaço. Com a licença do Xerife Darci, sugiro que você dê uma olhadinha no texto, só por curiosidade cinéfila mesmo. Sempre é bom ver algo sobre coisas de que gostamos. Espero que quando você diz que escrevo como professor seja um elogio também!

    Um Abraço!

    Vinícius Lemarc

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  25. Oswaldo Lemos Bechara9 de maio de 2014 às 19:36

    Pena que o sr. goste muito do faroeste italiano. Não importa. Estou acompanhando seu blog por recomendação de um amigo. Muito interessante. Mas, faroeste o italiano é muito bom na musica. Um abraço.

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  26. "Sozinho, é o mais belo e necessário capítulo do western mundial." === Faço suas também minhas palavras em relação a ERA UMA VEZ NO OESTE. Um filme para se aplaudir de pé, assim como também relacionei no meu TOP TEN o clássico O VINGADOR SILENCIOSO. De toda sua lista só modificaria A FACE OCULTA, que considero ao meu ver melhor que Sangue em Sonora. Abraços ...

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