26 de agosto de 2011

LEO GORDON – EX-BANDIDO, ATOR E ESCRITOR


Depois de cumprir pena em San Quentin, Leo Gordon voltaria à assustadora prisão,
desta vez como ator. Don Siegel, que o dirigia no filme rodado na famosa prisão,
afirmou: “Jamais em minha vida eu estive próximo a um homem tão amedrontador
como Leo Gordon.” Com seus quase 1,90m de altura, impressionante compleição
física, voz poderosa e penetrantes olhos azuis, Leo Gordon aterrorizava
não só os mocinhos dos filmes, mas também os espectadores.


QUATRO ANOS EM SAN QUENTIN - Leo Vincent Gordon nasceu na mais extrema pobreza em Nova York, em 2 de dezembro de 1922. O garoto Leo cresceu na época da depressão e pouco se sabe de sua juventude, até que entrou para o Exército onde não se deu muito bem com a disciplina exigida na vida militar. Foi dispensado do Exército em 1943, portanto em plena guerra, ficando sem família e sem profissão, chegando a morar na rua. Leo decidiu viver na Costa Oeste, indo para a Califórnia onde acabou se envolvendo com marginais. Preso ao praticar um assalto a mão armada Leo Gordon foi condenado a quatro anos de prisão, cumpridos numa tenebrosa cela do Presídio de San Quentin, num tempo em que ali ainda eram permitidos os interrogatórios sob tortura. Leo Gordon foi um dos prisioneiros que mais dificultaram a vida dos guardas por se envolver constantemente em brigas com outros presidiários que normalmente acabavam na enfermaria do presídio. Em San Quentin os criminosos mais perigosos tinham respeito por aquele preso já famoso por suas reações violentas. Após ser colocado em liberdade Leo Gordon passou a trabalhar na construção civil e pode fazer uso de uma lei que amparava ex-prisioneiros possibilitando que eles fizessem cursos de reabilitação. Foi então que Leo frequentou a Academia Americana de Artes Dramáticas onde teve como professor Jason Robards, que anos depois se tornaria ator famoso (“Era Uma Vez no Oeste” e “A Hora da Pistola”) e vencedor de dois prêmios Oscar como Melhor Ator Coadjuvante.

Quatro homens para segurar Leo Gordon,
entre eles Lee Marvin e Neville Brand,
enquanto Phil Carey segura Donna Reed;
o filme é "Irmãos Inimigos"
COM O DUKE EM “HONDO” - Na turma de Leo Gordon estavam Grace Kelly e Anne Bancroft, que morriam de medo do colega de classe. Outra aluna chamada Lynn Cartwright superou a má impressão inicial e passou a namorar com Leo, apoiando-o na sua recuperação e acabou se casando com ele em 1950. Lynn teve uma carreira discreta como atriz atuando muitas vezes ao lado do marido. Após terminar o curso de ator Leo Gordon passou a esperar pela primeira oportunidade o que não demoraria a surgir para quem possuía um físico privilegiado como o dele. Em 1953 Don Siegel filmou “Aventura na China”, filme de guerra que marcou a estréia de Leo Gordon no cinema. Apesar do papel pequeno, Don Siegel ficou impressionado com o porte de Leo Gordon e as histórias que ele lhe contou. O filme seguinte do ator novato foi “Todos os Irmãos Eram valentes”, estrelado por Robert Taylor. Naqueles dias Hollywood rodava muitos westerns e Leo Gordon logo faria sua estréia nesse gênero. O primeiro desses faroestes foi “Cidade do Mal” (City of the Bad Men), faroeste que teve como destaque uma luta de boxe pelo título mundial dos pesos pesados, com Dale Robertson e Richard Boone nos principais papéis ao lado de Jeanne Crain. Em seguida Leo Gordon atuou num daqueles filmes que a Universal produzia para fazer de Rock Hudson um astro, dirigido por Raoul Walsh e intitulado “Irmãos Inimigos” (Gun Fury). A mocinha do filme é Donna Reed e entre os bandidos estão Neville Brand, Lee Marvin e Leo Gordon, todos já bastante notados pela virulência de seus modos na tela, especialmente Leo. O próximo trabalho de Leo Gordon foi em “Caminhos Ásperos” (Hondo), um dos melhores westerns da carreira de John Wayne e onde Leo interpreta o violento marido de Geraldine Page que retorna para casa onde ocorre uma platônico relacionamento entre Duke e sua esposa no filme. Os próximos westerns de Leo Gordon nos quais ele era sempre um dos bandidos foram “Morro da Traição” (Yellow Mountain), com Lex Barker; “Arizona Violento” (Ten Wanted Men), com Randolph Scott; “Sete Homens Enfurecidos” (Seven Angry Men), com Jeffrey Hunter; “Massacre Traiçoeiro” (Santa Fé Passage), com John Payne e Rod Cameron); “Covil de Feras” (Robber’s Roost), com George Montgomery e Richard Boone; “Armado até os Dentes” (Man With a Gun), com Robert Mitchum, outro ator que também foi cliente de uma prisão. Em “A Audácia é Minha Lei” (Tennessee’s Partner), de Allan Dwan, com Ronald Reagan e John Payne, Leo Gordon passa para o lado da Lei e interpreta um xerife.

Leo Gordon e Neville Brand
provocando rebelião na prisão
DE VOLTA À PRISÃO - Na década de 50 Leo Gordon participou de 35 filmes, ao lado de grandes atores e lindas atrizes, nada mal para quem alguns anos antes tomava sol na companhia de perigosos facínoras sob as vistas de guardas fortemente armados. Muitos dos filmes de Leo Gordon eram westerns, mas ele mostrava sua brutalidade em qualquer gênero, especialmente depois que foi visto no clássico “Rebelião no Presídio” (Riot in Cell Block 11). A história desse drama é inusitada pois quando Walter Wanger decidiu produzir um filme sobre sua passagem pela prisão de San Quentin, entregou a direção a Don Siegel. O diretor já conhecia Leo Gordon enquanto Wanger e Gordon conheciam bem San Quentin pois estiveram naquela prisão em épocas diferentes. As experiências pessoais de cada um resultariam certamente num ótimo filme sobre o sistema penitenciário norte-americano e foi o que aconteceu ainda mais juntando também Neville Brand ao elenco. Leo Gordon interpretou o bandido Crazy Mike Carnie e quem o viu na tela nesse filme certamente não mais o esquecerá pelo pavor que seu personagem espalhou nas cenas em que coloca San Quentin em polvorosa. (Leia mais no artigo sobre ‘Walter Wanger - O Produtor de No Tempo das Diligências’, neste blog). Também fora do gênero western Leo Gordon participou dos elencos de “O Egípcio”, com Victor Mature; “Átila, o Rei dos Hunos” com Jeff Chandler e Jack Palance como Átila; “O Aventureiro de Hong Kong”, com Clark Gable e Susan Hayward. Leo Gordon voltou a trabalhar com a irresistível Susan Hayward no fatídico “Sangue de Bárbaros”, com John Wayne interpretando Genghis Khan (focalizado aqui no CINEWESTERMANIA no post ‘Leo Gordon - Um Homem Dífícil de Morrer’). Na refilmagem de Hitchcock “O Homem que Sabia Demais”, com Doris Day e James Stewart, Leo Gordon faz uma ponta como um motorista.

O ESCRITOR LEO GORDON - Seria quase inimaginável que Leo Gordon, um ator que como poucos expressava a faceta brutal e psicótica dos seres humanos tivesse o dom de escrever. Por isso o meio cinematográfico ficou surpreso quando passou a ver roteiros de episódios de séries de TV e mais tarde roteiros de filmes serem baseados em histórias de um certo Leo Vincent Gordon, que não era outro senão o já conhecido ator. Entre dezenas de histórias utilizadas na TV, Leo Gordon escreveu os originais de “Oeste Selvagem” (The Black Patch), western em que George Montgomery interpreta um xerife que usa um tapa-olho, doze anos antes de John Wayne também colocaria um tapa-olho em “Bravura Indômita” (True Grit). Por esse filme Leo Gordon recebeu remuneração como ator e autor. O mesmo aconteceu em “Missão audaciosa” (Escort West), faroeste com Victor Mature, já comentado neste blog. Como escritor Leo Gordon gostava de escrever histórias de terror que viraram filmes como “The Cry Baby Killer”, estrelado pelo jovem Jack Nicholson; “Sangue na Estrada” (Hot Car Girl), com Jack Lambert; “A Mulher Vespa” e “Ataque das Sanguessugas Gigantes”; dois policiais dirigidos por William Witney intitulados “The Cat Burglar” e “Valley of the Redwoods”; “Sombras do Terror” e “A Torre de Londres”, ambos de Roger Corman, respectivamente com Vincent Price e Boris Karloff. Leo Gordon voltou a escrever uma história de faroeste aproveitada para o cinema que foi “Dólares Malditos” (The Bounty Killer), da série de westerns produzida por A.C. Lyles, com elenco composto pelos veteranos Dan Duryea, Johnny Mack Brown, Buster Crabbe, Bob Steele e Rod Cameron. A história que mais dinheiro rendeu a Leo Gordon foi “Tobruk”, sobre as manobras do Afrika Korps de Rommel no Egito, possivelmente a mais ambiciosa produção de Roger Corman. Rock Hudson e George Peppard lideraram o elenco que teve também Leo Gordon. Outro filme que usou uma história de Leo Gordon foi “Corruptos e Sanguinários”, de 1970, estrelado por Tony Curtis, Charles Bronson e Michelle Mercier, aventura em tom de comédia na qual Leo Gordon também atuou como ator. Para a televisão Leo Gordon escreveu uma incontável série de roteiros, muitos para seriados westerns como “Maverick”, “Tombstone Territory e “Bat Masterson”.

OUTROS NÃO-WESTERNS – Dos quase 100 filmes da carreira de ator de Leo Gordon, merecem ser destacados “Tarzan Vai à Índia”, com Jock Mahoney como Tarzan; “O Castelo Assombrado”, com Vincent Price; “Os Reis do Sol”, com Yul Brynner; “Armas para o Caribe” (L’Arme à Gauche), produção européia com Lino Ventura e Sylva Koscina nos papéis principais; a versão filmada em 1966 de “Beau Geste’, com Telly Savallas e Leslie Nielsen; “Anjos do Inferno” (Devil’s Angels), filme de motoqueiros rebeldes com John Cassavetes em que Leo Gordon interpreta um xerife; “O Filho de Hitler”, com Bud Cort. Em “O Massacre de Chicago” (St. Valentine’s Day Massacre), Leo Gordon teve oportunidade de atuar com seu ex-professor Jason Robards que interpretou Al Capone neste filme que recontou o massacre de 14 de fevereiro de 1929. Entre os muitos filmes em que Leo Gordon interpretou gângsters, um dos mais notáveis foi “O Assassino Público N.º 1” (Baby Face Nelson), dirigido por Don Siegel e com Mickey Rooney como Baby Face Nelson, enquanto Gordon viveu o bandido John Dillinger. Nas fotos à esquerda os inimigos públicos Rooney e Gordon; Leo Gordon em "Sangue de Bárbaros" e com Vincent Price em "O Castelo Assombrado".

O sempre violento Leo Gordon
estrangulando Barry Sullivan;
apanhando de George Mongtgomery;
e à mercê de Phil Carey
DIRIGIDO POR SERGIO LEONE - Se Leo Gordon era um escritor bem sucedido, o cinema não podia abrir mão de um tipo que impressionava como ele. E Leo pode ser visto em inúmeros outros faroestes como “Dívida Amarga” (Great Day in the Morning), com Robert Stack; “Redenção de um Covarde” (Johnny Concho), o famoso primeiro western de Frank Sinatra; “Onde Imperam as Balas” (Red Sundown), com Rory Calhoun; “O Fantasma do General Custer” (7th Cavalry), com Randolph Scott; “Os Indomáveis” (The Restless Breed), com Scott Brady; o néo-western “A Soldo do Diabo” (Man in the Shadow) de Jack Arnold, com Jeff Chandler e a presença magnífica de Orson Welles; “Audácia de um Estranho” (The Tall Stranger), com Joel McCrea. Em “Quantrill’s Raiders” Leo Gordon interpretou o sanguinário Coronel Confederado William Clarke Quantrill. Outros westerns com participação de Leo Gordon foram “O Poder da Vingança” (Apache Territory), com Rory Calhoun; “Na Rota dos Proscritos” (Ride a Crooked Trail), com Audie Murphy, Walter Matthau e Henry Silva; o já citado “Missão Audaciosa” (Escort West); “Encruzilhada dos Facínoras” (The Jayhawkers), em que Jeff Chandler interpreta um personagem chamado Darcy; “Noose for a Gunman”, western B estrelado por Jim Bannon. Nos anos 60 Leo Gordon fez menos westerns, entre os quais “Quando um Homem é Homem” (McLintock), que ficou famoso porque John Wayne reclamou que tinha que lutar com um bandido do tamanho de Leo Gordon, dizendo uma frase que ficou famosa: “Eu vou para o inferno mas não luto com esse cara!”; “Satã, o Urso Cinzento (The Night of the Grizzly), com Clint Walker; “O Perigo Caminha ao Meu Lado” (Buckskin), com Barry Sullivan; “Pistolas Inimigas” (Hostile Guns), com George Montgomery e Yvonne De Carlo. Em 1973 Leo Gordon seria dirigido por Sergio Leone em “Meu Nome é Ninguém” (Il Mio Nome è Nessuno). Leone foi creditado apenas como autor do roteiro nesse spaghetti-western oficialmente dirigido por Tonino Valerii e que teve no elenco Henry Fonda e os bandidos norte-americanos R.G. Armstrong, Geoffrey Lewis e Leo Gordon. A derradeira participação de Leo num faroeste foi ao lado de James Garner em “Maverick”, de 1994, em que um envelhecido Leo Gordon interpreta um jogador de pôquer. A brilhante carreira de Leo Gordon seria encerrada com sua criação do lendário Wyatt Earp para a série de TV “As Aventuras do Jovem Indiana Jones”, em 1995.

BOTA DE OURO - Ao contrário do homem desajustado que foi quando jovem, na vida real, ou dos tipos que interpretou no cinema e na TV por quase 50 anos, Leo Gordon se transformou num homem tranquilo, tendo permanecido casado por exatos 50 anos com Lynn Cartwright até o dia de sua morte em 26 de dezembro de 2000. A morte de Leo Gordon foi também tranquila, em contraste com sua vida, pois faleceu vítima de um ataque cardíaco enquanto dormia, deixando a esposa Lynn e uma filha. Em 1997, três anos antes de falecer, Leo Gordon recebeu o Prêmio Golden Boot, passando a fazer, merecidamente, parte da galeria dos imortais dos western no cinema.
Na foto ao lado Leo Gordon já no final de sua carreira; abaixo homenagem chefe de família Leo Gordon.


9 comentários:

  1. Poxa, mas que história interessante. Ta aí um belo exemplo que as pessoas podem tomar jeito na vida. Mesmo depois de ser preso ainda ser reconhecido pelo seu trabalho numa época em que o cinema era mais seletivo e competitivo, é simplesmente incrível.

    Aliás, aproveitando a visita; não pude deixar de comentar a respeito de Charles Middleton. De fato ele merecia, ou melhor, merece não só uma foto, mas sim um post completo! Adoro o trabalho dele, inclusive, aproveitei sua sugestão para fazer o post, que em breve estará no meu blog!

    Beijos, até mais!

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  2. É incrivel como todos temos nossas vidas particulares, mesmo levando uma vida publica como a deste bom ator.
    Assisti a dezenas de filmes com este eterno vilão e jamais conheci seu passado, sua vida paralela ao cinema e demais passagens dela, assim como sua virtude como escritor.
    Vemos a cara e desconhecemos as qualidades e ou os defeitos das pessoas, se é que podemos citar assim.
    Conhecia Leo Gordon apenas por suas virulencias como vilão e desconhecia sua outra parte de vida. Mas, de qualquer forma, foi um passado com seus erros pagos. No entanto, volta a surgir aquela pergunta; Quem não tem erros? Quem nunca errou? Quem apenas teve uma vida limpa, sem qualquer mácula? Difícil encontrar.
    Gostei de saber de tudo isso, que terminou tornando sua imagem muito mais viva e melhor.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  3. Conhecia o ator pela participação em alguns dos filmes citados, mas não sabia de sua história, que por sinal poderia render um bom filme.

    Abraço

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  4. Parabéns pela matéria. Leo Gordon foi sem dúvida um dos mais carismáticos "homens maus" do cinema, e sabia que sua personalidade nas telas contrastava com o homem que foi em vida, muito embora tinha tudo para não vencer. Logo é um campeão e um exemplo de vida. Saudações.

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  5. Nossa, Darci, tô bege...jamais imaginei isso, rapaz, que coisa interessante. Aliás, as histórias que você coloca aqui são de arrepiar mesmo!
    Faça uma visitinha em Cinema Clássico. Além de um novo artigo, tem uma enquete pedindo às pessoas que votem no que acham que poderia ser acrescentado no blog, para melhora, ok? Conto com a sua ajuda!
    Um abraço
    Dani
    www.telaprateada.blogspot.com

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  6. Sugeri a biografia do Leo Gordon e você prontamente atendeu. Obrigado!!!
    Belo texto sobre a vida de um grande ator.
    Valeu!!!

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  7. Amigos Rubi, Jurandir, Hugo, Paulo Nery e Dani – De fato a vida do Leo Gordon é um bom exemplo da chamada ressocialização. Não sei como ela veio a acontecer pois até onde eu sei a passagem dele por San Quentin não foi das mais tranqüilas. Acho que Lynn Cartwright, a esposa, é quem deve ter a maior parcela de responsabilidade no ‘novo Leo Gordon’. As mulheres têm esse mágico poder de redirecionar os destinos dos homens.
    Hadson, sua sugestão foi muito boa. E aproveitando a enquete sobre bandidos, creio que foi bom falar sobre o Leo Gordon agora.
    Um abraço a todos.

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  8. Tive o prazer de ver inumeros filmes com o vilão Leo Gordon,
    fiquei surpreso certa vez quando soube que ele escrevia roteiros. Agora que li sua matéria fiquei novamente surpreso
    com a importancia que ele teve como escritor no cinema e na televisão. Para um homen sem formação e de origem pobre que
    viveu a recessão americana e foi presidiario, é realmente impressionante onde ele chegou e o que conseguiu fazer. Suas
    historias são esclarecedores e fazem a diferença na informação.
    Meus parabéns.

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  9. Obrigado, amigo. mas por favor coloque seu nome para que todos saibam quem comentou. De fato Leo Gordon foi um personagem que se destacou na vida real e no cinema.

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