“Rastros de Ódio”, a obra-prima de John Ford, deve parte de sua celebridade às cenas inicial e final, quando a porta é aberta e fechada ao som de “The Searchers”, canção de Stan Jones interpretada pelo conjunto Sons of the Pioneers. Esse conjunto começou como um trio em 1933, com o nome de “Pioneer Trio” cujos componentes eram Bob Nolan, Tim Spencer e Leonard Slye. Em 1934 os irmãos Karl e Hugh Farr juntaram-se ao trio que virou o quinteto “Sons of the Pioneers”. Em 1936 a Republic Pictures contratou o grupo para cantar e tocar nos filmes de Gene Autry que tinham mais música que lutas e tiros. Foi nesse ano que Leonard Slye saiu do grupo para tentar carreira de mocinho com o nome de Dick Weston. Em seu lugar entrou um baixista muito engraçado chamado Pat Brady. Com essa formação o grupo foi para a Columbia Pictures onde apareceu em 28 filmes de Charles Starrett, que ficaria famoso como Durango Kid. Em 1941 o “Sons of the Pioneers” retornou à Republic, mas desta vez para participar dos filmes do ex-membro do grupo, Leonard Slye que já não era mais Dick Weston e sim Roy Rogers. O primeiro filme do “Sons of the Pioneers” acompanhando as aventuras de Roy Rogers” foi “Red River Valley” e Roy e seus ex-companheiros fizeram um total de 38 filmes juntos. Eles não só cantavam mas participavam ativamente da ação de muitos filmes, sempre ajudando o mocinho Roy Rogers.
ENTRAM SHUG FISHER E KEN CURTIS - Quando Pat Brady foi convocado para lutar na II Guerra Mundial foi substituído por Shug Fisher. Pat Brady voltou da Guerra e Shug Fisher perdeu o lugar. Pat Brady foi convidado para ser sidekick de Roy Rogers, em 1949 e abriu vaga novamente para Shug Fisher que voltou a fazer parte do “Sons of the Pioneers”. Foi então que Bob Nolan deixou o grupo, também em 1949, e quem o substituiu foi Ken Curtis. Ken era um cantor de certo prestígio pois havia feito parte da Orquestra de Tommy Dorsey onde era uma espécie de reserva de Frank Sinatra. Em 1942 tanto o titular Sinatra quanto o reserva Ken Curtis deixaram a orquestra de Tommy Dorsey. Ken Curtis tornou-se mocinho da Columbia Pictures em B-Westerns daquele estúdio. Como não deu muito certo como mocinho, Ken passou a fazer programas de rádio até entrar para o “Sons of the Pioneers”. Nos anos 50 Roy Rogers era o Rei dos Cowboys, Pat Brady seu sidekick no cinema e na TV, enquanto Shug Fisher e Ken Curtis tornaram-se atores com longa lista de participações em westerns, muitos deles dirigidos por John Ford que era sogro de Ken Curis pois este se casara com Barbara Ford, filha do grande diretor. Ken Curtis alcançaria grande sucesso no seriado “Gunsmoke”. Ken substituiu Chester (Dennis Weaver) a partir de 1962, personificando o engraçadíssimo Festus Haggen até 1975, ano final dessa que é considerada o melhor de todas as séries western da televisão norte-americana. Ken Curtis participou de 306 episódios da série “Gunsmoke”. O conjunto “Sons of the Pioneers” não só deixou imortais gravações para o universo musical dos cowboys, criando um tipo de vocalização que fez escola, como também foi celeiro de ótimos artistas, o maior deles, sem dúvida Roy Rogers. “Sons of the Pioneers” é o conjunto musical há mais tempo em atividade no mundo, estando próximo de completar 80 anos de atividades ininterruptas. Na formação atual não há, claro, nenhum membro de suas formações dos anos 30 a 50. Por milhares de vezes “Sons of the Pioneers” encantou o mundo executando melodiosamente “Trumbling Trumbleweeds”, “Cool Water” e outros clássicos da cowboy-music para alegria daqueles mais sentimentais westernmaníacos.
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