Bob Dylan faz 70 anos em 24 de maio. Dylan foi o homem que levou a poesia ao Rock dando prestígio a esse gênero musical. E Dylan emprestou sua arte ao western em “Pat Garrett & Billy the Kid”, subestimado filme de Sam Peckinpah. Bob Dylan foi inicialmente contratado para compor a trilha musical desse western e acabou tendo participação num personagem chamado Alias que foi sendo ampliado durante as filmagens. De modo geral a crítica não gostou do filme e muito menos de Dylan como intérprete. A trilha sonora foi bastante elogiada e não faltou quem dissesse que como ator Bob Dylan era um excelente compositor. Com o passar dos anos parece que “Pat Garrett & Billy the Kid” foi ganhando mais e mais respeito de público e crítica e já nem pode mais ser considerado um filme cult pois muitos entendem que está entre os melhores trabalhos de Peckinpah. E quanto a Bob Dylan, considerando-se que ele de fato não é um ator, pode-se dizer que saiu-se razoavelmente com sua interpretação do tímido Alias.
KNOCKIN' ON HEAVEN'S DOOR - Mas a maior contribuição que Bob Dylan deu ao faroeste foi mesmo com suas composições para “Pat Garrett & Billy the Kid”. O álbum foi um de seus discos que menos venderam pois sequer havia uma foto na capa. Hoje é considerado raridade e quem o possui não o vende por menos de mil dólares. Claro que houve o relançamento em CD, mas o velho e bom Long-Playing tem seus empedernidos fãs que não abrem mão das belas capas e o contato incomparável com um vinil. Entre tantas bonitas canções, a que mais se destacou foi “Knockin’ on Heaven’s Door”, magistralmente utilizada por Peckinpah (ver neste blog o vídeo “Batendo na Porta do Céu”, também postado no YouTube). Primeiro Eric Clapton descobriu o potencial de sucesso dessa canção e tornou-a um hit. Anos depois o conjunto Guns and Roses regravou “Knockin’ on Heaven’s Door” e o êxito foi estrondoso. Bob Dylan ganhou (e ainda ganha) muito mais em direitos autorais pelas gravações de Clapton e do grupo californiano que com o álbum composto para o filme. Aqui no Brasil, Zé Ramalho, o mais dylaniano de nossos compositores (mais que Raul Seixas e Belchior) também gravou uma belíssima versão chamada “Batendo na Porta do Céu”. Não fossem as contundentes críticas sofridas quando do lançamento de “Pat Garrett & Billy the Kid”, certamente Bob Dylan teria feito muitos outros trabalhos para o cinema. Quem assistiu “Deuses e Generais” (2003), certamente se emocionou com a canção “Cross the Green Mountain”, de autoria de Bob Dylan e que é ouvida nesse épico sobre a Civil War norte-americana. O cruzamento da arte de Bob Dylan com o western deu poucos, mas extraordinários e belíssimos frutos. Parabéns, cowboy Bob Dylan.
Nunca me liguei muito no cantor acima, atentava mais para Johnny Mathis, Elvis, Pat Boone, Sinatra e outros. Mas não o Darin. O vi perfeitamente em Pat Garret, de Sam Peckinpah. Não recordo a melodia, nem a de Deuses e Generais, que segue passando no HBO e vou reve-lo para atentar para este detalhe. Tudo é de importancia supra para mim, desde que se fale em cinema. E não vou deixar isso passar.
ResponderExcluirPorém, de uma coisa nunca devemos esquecer; quando um cantor, ator ou outra arte qualquer, se destaca depois de varar o tempo ralando, logo suas obras passadas, aquelas que à época jamais deram qualquer atenção, passam a ter valores inestimáveis. E fato assim vemos a toda hora.
Querem um exemplo? Russel Crowe somente apareceu com sucesso em Gladiador. Agora, vejam quantos filmes ele havia feito antes desse e que voltaram a passar fazendo o sucesso que jamais fizeram na estreia!
É assim. É sempre assim. E na musica não seria ao contrário.
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