1 de março de 2011

JANE RUSSELL, A ATRAÇÃO DE "O PROSCRITO"

Poucos filmes tiveram história tão controvertida quanto “O Proscrito” (The Outlaw). O excêntrico milionário Howard Hughes fundou uma produtora e decidiu filmar uma história inteiramente ficcional envolvendo Billy the Kid, Doc Holliday (Walter Huston) e Pat Garrett (Thomas Mitchell) e como interesse feminino Rio McDonald. Billy the Kid seria interpretado por Jack Buetel, jovem ator que assinara contrato de sete anos com Hughes. Uma jovem escultural sem nenhuma experiência cinematográfica, descoberta por Hughes, faria o papel de Rio. Seu nome era Jane Russell, de 19 anos e que além de muito bonita possuía seios bastante volumosos. O diretor seria Howard Hawks, a cinegrafia seria feita por Greg Tolland e a música ficaria com Victor Young. Uma equipe de excepcionais talentos para realizar um western fadado ao sucesso. As filmagens tiveram início em 1940 e logo Hawks se desentendeu com o produtor pois não concordava com o excessivo tom erótico que Hughes tentava impor. Howard Hawks então abandonou as filmagens e Howard Hughes decidiu que ele mesmo dirigiria o filme. Acreditando-se um estilista, Hughes criou um tipo de sutiã para destacar mais ainda o busto de Jane Russell, procurando mostrá-lo em ângulos cada vez mais provocantes. Além disso o filme tinha cenas de intenso sadismo, e ainda as sequências tórridas com Rio (Jane Russell). Hughes sabia que estaria desafiando o severo código de produção cinematográfica (Código Hays) vigente que era aplicado pelo censor Joseph Breen.  “O Proscrito” ficou pronto em fevereiro de 1941 e Hughes desenvolveu intensa campanha publicitária com os posters ressaltando os voluptuosos atributos de Jane Russell. Durante a campanha de lançamento a publicidade perguntava: “Quais são as duas razões para Jane Russell alcançar o estrelato?” O filme foi imediatamente censurado por Breen, iniciando-se longa batalha judicial entre Hughes e Joseph Breen. Em 1943, após pequenos cortes “O Proscrito” foi distribuído pela United Artists, chegando a permanecer uma semana em exibição, o suficiente para sofrer forte pressão popular e ser novamente censurado. Após sofrer novos cortes, “O Proscrito” viria a ser relançado em 1946, agora distribuído pela RKO, estúdio que acabaria tendo Hughes como presidente. Com toda essa promoção e com o público ávido para ver na tela a beleza de Jane Russell, o western foi um grande sucesso de bilheteria, seguindo de perto “Duelo ao Sol”, outro filme onde o erotismo foi acentuadamente explorado. Se o público queria ver Jane Russell, ela na história não era assim tão importante pois há uma cena em que Billy the Kid e Doc Holliday jogam cartas e ficam em dúvida quanto a apostar Rio ou apostar um cavalo. Decidem então apostar o cavalo que valia mais que a fogosa mexicana. “O Proscrito” vale pela beleza da trilha musical de Victor Young e mais ainda pela magnífica fotografia de Greg Tolland, com crédito também para Lucien Ballard que foi responsável por parte da cinematografia. Howard Hughes fez Jack Buetel cumprir na íntegra seu contrato de exclusividade, não o liberando para atuar em outros filmes e praticamente liquidando a carreira do ator. Jane Russell teve mais sorte e tornou-se estrela famosa em Hollywood, participando de musicais, comédias, dramas e alguns westerns, entre eles “O Valente Treme-Treme” (The Paleface) e “O Filho do Treme-Treme” (Son of Paleface), ambos com Bob Hope, “Bela e Bandida” (Montana Belle), com Scott Braddy e “Nas Garras da Ambição” (The Tall Men), com Clark Gable e Robert Ryan. Nascida em 1921 e falecida no dia de ontem (28/2/2011), a bela Jane Russell será sempre lembrada por sua estonteante estréia no cinema em “O Proscrito”.

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