O cinema é pródigo em citações, que podem soar como declarada homenagem ou descarado plágio. Em “Dead Man”, o estranhíssimo e inusitado western dirigido por Jim Jarmusch em 1995, há uma evidente lembrança a um grande ator norte-americano. O protagonista de “Dead Man” é Johnny Depp, que interpreta William Blake (nada a ver com o cultuado poeta inglês do século XVIII). Blake mata acidentalmente o filho de John Dickinson (Robert Mitchum), mas é ferido no peito e foge com a bala no corpo. Dickinson contrata três homens para capturarem Blake que durante todo o filme percorre longa jornada encontrando todo tipo de pessoas, entre elas um padre chamado Sally (Iggy Pop) e um índio de nome Nobody (Gary Farmer). A certa altura de sua fuga Blake se depara com dois agentes federais, um old marshal chamado Marvin e um jovem marshal de nome Lee. E nada é gratuito pois na vida real o diretor Jim Jarmusch é um membro da Sociedade Secreta “Sons of Lee Marvin”. Homenagens à parte, este western filmado em preto e branco é tão belo e intrigante quanto envolvente e fascinante, e é uma perfeita despedida do cinema para Bob Mitchum. Além de Johnny Depp há ainda as presenças de John Hurt, Gabriel Byrne, Billy Bob Thornton, Crispim Glover e Alfredo Molina, todos atores especialistas em criar tipos estranhos. O que torna “Dead Man” ainda mais incomum é a música, feita unicamente por uma guitarra, que cria uma sobrenatural e dantesca atmosfera de dor e morte. Ah, sim, o guitarrista é Neil Young, outro filho de Lee Marvin. Este é um filme que não é para qualquer gosto, assim como quase todos os trabalhos de Jarmusch, e provavelmente é sua obra-prima. “Dead Man” (foi aqui lançado sem título em Português) é obrigatório como western e mais uma homenagem ao extraordinário ator que foi Lee Marvin.
Caramba. Fiquei muito decepcionado de saber que ninguém fez um comentário sequer sobre este filme. Será que os que acompanham este blog nunca assistiram a este filme, sugiro que o assistam imediatamente. É tudo de diferente que voc\~e já viu em um western. O elenco é irretocável e a estória tremendamente surreal (lembra Bunuel). Assistam correndo e não vão se arrepender. Até derepente
ResponderExcluir