Henry Hathaway foi um dos melhores diretores de westerns, numa carreira que cobriu quatro décadas. Entre seus melhores trabalhos estão “Os Filhos de Katie Elder” e “Fúria no Alasca”, mas Hathaway é sempre lembrado por “Bravura Indômita”, especialmente pela interpretação de John Wayne como Rooster Cogburn, que lhe valeu o Oscar. Aquele Oscar de John Wayne foi uma espécie de prêmio pelo ‘conjunto da obra’, entregue com 13 anos de atraso. Se houve um filme em que Duke mereceria ter sido premiado foi sem dúvida pela criação de Ethan Edwards em “Rastros de Ódio” (The Searchers). E “Bravura Indômita”, de 1969, jamais foi esquecido, não só por John Wayne de tapa-olho, mas e principalmente pela magnífica sequência em que o Marshal Cogburn, a galope segurando as rédeas com os dentes e Colt e carabina nas mãos, investe contra Ned Pepper (Robert Duvall) e outros três bandidos. Cena antológica que entrou para a galeria das grandes sequências dos faroestes. Mas essa primeira versão de “Bravura Indômita”, apesar das inegáveis qualidades, não pode ser listado entre os grandes faroestes do cinema.
ROOSTER COGBURN MAIS DESPREZÍVEL QUE NUNCA - E novamente foi revisitada a história de Charles Portis (autor do livro “True Grit") e chegou “Bravura Indômita” dos irmãos Joel e Ethan Coen, com o desafio maior que era reviver Rooster Cogburn à eterna sombra de John Wayne. Jeff Bridges recria brilhantemente a personagem que nos envolve e faz até esquecer do RoosterCogburn/John Wayne. Sua primeira e repulsivamente engraçada aparição é... dentro de um daqueles fétidos banheiros de um metro quadrado no fundo de um quintal, anunciando o Marshal relaxado, mal humorado, malcriado, mentiroso e mercenário, ou seja, tudo que um homem da Lei não deveria ser. Esse tipo quase asqueroso se dobra à determinação e destemor de uma menina de 14 anos (Mattie Ross) e saem ambos à caça do assassino do pai da garota (Josh Brolin). Junta-se a eles o Texas Ranger La Boeuf (Matt Damon) e o que se vê daí para diante é um western com bem dosado humor, muita emoção e ação de primeiríssima qualidade. A sequência do tribunal, que inicia o filme parece ter saído de um clássico de John Ford. Certo que muitas das cenas são praticamente repetições da versão de 1969, mas acabam diferenciando-se daquelas pelo ritmo perfeito, diálogos repletos de fina ironia e uma belíssima fotografia que emoldura mas jamais rouba a atenção dos diálogos e da ação.
MERECIDO SUCESSO - John Wayne era sempre John Wayne e Jeff Bridges em nova e estupenda caracterização divide a cena durante o filme todo com a agradável surpresa que é a jovem atriz Hailee Steinfeld (Mattie Ross). Ano passado foi lançado “Jonah Hex”, com Josh Brolin protagonizando o herói dos quadrinhos que tanto lembra Josey Wales. Esse decepcionante western, repleto de efeitos especiais, explosões e todos os excessos que o moderno cinema utiliza à exaustão, sequer mereceria ser lembrado. Mas é aqui citado como paralelo ao uso que os irmãos Coen refinada e minimamente fazem dos recursos técnicos que poderiam ter à disposição. A dupla de diretores desenvolve “Bravura Indômita” fundamentando o filme sobre o que há de mais humano em suas personagens. Este é um western que já nasceu clássico, independente de quantos prêmios venha a receber. “Bravura Indômita” dos irmãos Coen custou 38 milhões de dólares e já rendeu perto de 200 milhões de dólares. O produtor Steven Spielberg deve ter ficado um pouco mais rico e quem sabe aposte mais vezes em outros westerns. O merecido sucesso de “Bravura Indômita” enche de esperança os fãs desse desprezado gênero e que, a exemplo de “Pacto de Justiça” (Open Range), confirma que os westerns sempre serão fonte inesgotável de belas histórias que podem resultar em grandes filmes.
ROOSTER COGBURN MAIS DESPREZÍVEL QUE NUNCA - E novamente foi revisitada a história de Charles Portis (autor do livro “True Grit") e chegou “Bravura Indômita” dos irmãos Joel e Ethan Coen, com o desafio maior que era reviver Rooster Cogburn à eterna sombra de John Wayne. Jeff Bridges recria brilhantemente a personagem que nos envolve e faz até esquecer do RoosterCogburn/John Wayne. Sua primeira e repulsivamente engraçada aparição é... dentro de um daqueles fétidos banheiros de um metro quadrado no fundo de um quintal, anunciando o Marshal relaxado, mal humorado, malcriado, mentiroso e mercenário, ou seja, tudo que um homem da Lei não deveria ser. Esse tipo quase asqueroso se dobra à determinação e destemor de uma menina de 14 anos (Mattie Ross) e saem ambos à caça do assassino do pai da garota (Josh Brolin). Junta-se a eles o Texas Ranger La Boeuf (Matt Damon) e o que se vê daí para diante é um western com bem dosado humor, muita emoção e ação de primeiríssima qualidade. A sequência do tribunal, que inicia o filme parece ter saído de um clássico de John Ford. Certo que muitas das cenas são praticamente repetições da versão de 1969, mas acabam diferenciando-se daquelas pelo ritmo perfeito, diálogos repletos de fina ironia e uma belíssima fotografia que emoldura mas jamais rouba a atenção dos diálogos e da ação.
MERECIDO SUCESSO - John Wayne era sempre John Wayne e Jeff Bridges em nova e estupenda caracterização divide a cena durante o filme todo com a agradável surpresa que é a jovem atriz Hailee Steinfeld (Mattie Ross). Ano passado foi lançado “Jonah Hex”, com Josh Brolin protagonizando o herói dos quadrinhos que tanto lembra Josey Wales. Esse decepcionante western, repleto de efeitos especiais, explosões e todos os excessos que o moderno cinema utiliza à exaustão, sequer mereceria ser lembrado. Mas é aqui citado como paralelo ao uso que os irmãos Coen refinada e minimamente fazem dos recursos técnicos que poderiam ter à disposição. A dupla de diretores desenvolve “Bravura Indômita” fundamentando o filme sobre o que há de mais humano em suas personagens. Este é um western que já nasceu clássico, independente de quantos prêmios venha a receber. “Bravura Indômita” dos irmãos Coen custou 38 milhões de dólares e já rendeu perto de 200 milhões de dólares. O produtor Steven Spielberg deve ter ficado um pouco mais rico e quem sabe aposte mais vezes em outros westerns. O merecido sucesso de “Bravura Indômita” enche de esperança os fãs desse desprezado gênero e que, a exemplo de “Pacto de Justiça” (Open Range), confirma que os westerns sempre serão fonte inesgotável de belas histórias que podem resultar em grandes filmes.
Vim assistir ondem,21/08/11, ao filme dos Coen.
ResponderExcluirÉ esta uma boa pelicula, criada com todos os novos recusros do cinema, com bons atores, até que bem dirigido (não gosto dos Coen, mas valorizo Matadores de Velhinhas), e com umas novas incursões no roteiro que não constavam do original.
Mas falta nele a essencia do real faroeste, a direção competente do Hathaway, as cores vibrante de um technicolor exuberante, as atuações de McIntire, de Duvall, Hopper e, claro, o brilhantismo e o carisma de Duke.
Não tem comparações um com o outro, apesar dos Coen seguirem, quase que ao pé da linha, a criação original de 1969. Entretanto, no meu olhar, este perde feio para o original.
Comparar a atuação, sempre satisfatoria de Bridges, com a de Wayne, é querer achar no mundo uma plantação de capim azul. Não tem graça. O Duke dá força ao personagem, cria momentos hilários dentro de uma visível, e não captada por ele, decadencia fisica. Claro que proposital pois, agindo assim, Duke dá mais força a um personagem, por si só, já muito forte. E, claro, criado vibrantemente por ele e lhe infrigindo toda aquela densidade.
Lamento, mas não era filme para ganhar qualquer Oscar. O que não quer dizer tratar-se de um filme ruim, mal feito ou mal interpretado.
O final deste, por exemplo, é mais cruel e dolorido que o do original, embora não sejam estes tipos de dores que precisamos e gostamos de ver num faroeste. E foi suprimida também a cena onde Wayne, com a garota ferida nos braços, rende uns homens que portavam uma carroça, em mais uma bela cena do filme de Hathaway, para nela disparar em busca de socorro para a jovem picada pela cascavél.
Boa fita, mas perde em quase todos os quesitos para o original, no meu ver. E não estou sendo saudosista não. O Bravura de Hathaway é melhor, muito melhor. Vejam os dois e comparem.
jurandir_lima@bol.com.br
Caro Jurandir
ResponderExcluirAchei muito divertida e original sua comparação da atuação de Bridges com a de Wayne, que é querer achar no mundo uma plantação de capim azul. SC
MY HEROES HAVE ALWAYS BEEN COWBOYS. THE GREEN GRASS ALWAYS BLUE IN THE OTHER SIDE OF THE FANCY. CONGRATULATIONS.
ResponderExcluirPessoal, respeitanto as opiniões contrárias, mas considero o "Bravura Indômita" dos irmãos Coen muito superior ao primeiro, que foi feito num clima muito "edulcorado". Considero-o um dos 10 melhores faroestes já feitos. Quanto aos protagonistas, Wayne recebeu o Oscar pelo conjunto da obra e não por esse filme, haja visto esteve muito melhor em filmes como "El Dorado" e "Os Filhos de Catie Elder" só para citar alguns, sem nos esquecermos que Wayne sempre protagonizou um tipo, o mesmo não se pode dizer de Bridges qua é ator por excelência, passando por todos os tipos: herói, atrapalhado, hilário, bandido, etc. A caracterização de Bridges nesse filme é bem superior, assim como todo o filme.
ResponderExcluirAtt.
Francisco
Olá, Francisco - Muitas de suas palavras estão no texto, o que quer dizer que nossas opiniões são coincidentes. Só discordo quanto à limitação de John Wayne que tinha qualidades como ator e demonstrou isso muitas vezes. Jeff Bridges é um dos melhores atores de sua geração, sem dúvida. - Darci Fonseca.
ResponderExcluirOI, DARCI!
ResponderExcluirJÁ QUE COMEÇOU ESSA HISTÓRIA DE DE FALAR DE ROOSTER COGBURN E DOS ATORES QUE O INTERPRETARAM, GOSTARIA DE SABER SUA OPINIÃO SOBRE O 3º, WARREN OATES NO FILME "VALENTE ATÉ A MORTE". ASSISTI ESSE FILME ALGUMAS VEZES NOS ANOS 1980/90, QUANDO EU ERA MOLEQUE, NA SAUDOSA "SESSÃO BANG-BANG" DA RECORD. POR GENTILEZA, FAZ UMA MATÉRIA SOBRE ESTE WESTERN E DE SUA OPINIÃO SOBRE O COGBURN DE OATES. PARABÉNS POR ESTE MAGNÍFICO BLOG, QUE DESCOBRI A POUCO E JÁ SE TORNOU O MEU PREFERIDO. ABRAÇO!
ROBSON