tag:blogger.com,1999:blog-3842481373599264192.post5482336286176795873..comments2024-03-16T17:03:31.528-03:00Comments on WESTERNCINEMANIA: PERSONAGENS CREPUSCULARES DO FAROESTE, POR FERNANDO MONTEIRODarci Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/05669872755370182840noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-3842481373599264192.post-50648348609964871352014-05-05T23:04:04.776-03:002014-05-05T23:04:04.776-03:00FERNANDO MONTEIRO escreveu:
Caro Vinícius Lemarc:...FERNANDO MONTEIRO escreveu:<br /><br />Caro Vinícius Lemarc:<br /><br />O livro "Personagens Crepusculares do Western" está com previsão de lançamento em outubro próximo -- e é possível que seja editado também nos EUA, em 2015, com a tradução para o inglês a nosso cargo (tudo dependerá dos acertos com o selo editorial americano).<br />Grato pelo interesse. Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3842481373599264192.post-46373115415466297782014-04-25T09:46:35.192-03:002014-04-25T09:46:35.192-03:00Muito bom saber que a bibliografia sobre o western...Muito bom saber que a bibliografia sobre o western está sendo expandida no Brasil. Há muitas lacunas, como sobre o eurowestern, que tem ainda menos a respeito.Vinícius Lemarchttps://www.blogger.com/profile/15316428409996374085noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3842481373599264192.post-76069758663225719742014-04-24T14:37:27.916-03:002014-04-24T14:37:27.916-03:00CONTINUAÇÃO:
2. O circo de William F. Cody não é...CONTINUAÇÃO: <br /><br />2. O circo de William F. Cody não é uma alusão casual, aqui. Nada poderia ser mais “inspirador” do que a saga do Oeste falsificada, nas suas últimas décadas, po publicações baratas, livrinhos de aventuras e espetáculos como o do ex-batedor do Exército e aventureiro da fronteira que percebeu bem o potencial das histórias vividas pelos pioneiros há pouco saídos da poeira diretamente para a serragem circense. <br /> Os livretos “de cordel” do Oeste e os shows de feira foram, realmente, os modelos em parte considerados para a elaboração dos filmes que, vistos hoje, parecem cômicos e não evocações de uma violência ainda recente, com sangue de verdade tingindo as calçadas de madeira das Tombstones. <br /> Na idade dos pioneiros do cinema, principalmente os faroestes eram rodados como folhetins em série, um atrás do outro, até chegar o tempo da consolidação de um gênero respeitável – quando chegou a hora do western amadurecer nas mãos de John Ford, Howard Hawks, Henry King, Raoul Walsh, William Wellmann, Anthony Mann, Henry Hathaway, Delmer Daves, John Sturges, Budd Boetticher, Robert Aldrich e Sam Peckinpah, entre outros.<br /> O pioneiro Cecil B. de Mille produziu e dirigiu alguns belos westerns maniqueístas conforme o gosto dele e de outros desbravadores que não viam motivos, como diretores, para “complicar” a psicologia de personagens simples, aos seus olhos: pioneiros, pistoleiros, índios broncos, cavalarianos heróicos e moças da difícil “vida fácil” nas velhas cidades de cartolina dos cenários pintados para filmes em poético preto-e-branco.<br /> Seria preciso esperar pelo gênio em maturação de John Ford, para ver surgir as nuances de cinza da ambiguidade etc, a partir do inaugural “No Tempo das Diligências” (Stagecoach, 1939), um marco divisor que vai ensejar o surgimento dos faroestes de maiores ambições psicológicas, com heróis e vilões retratados com nuances até então inesperadas em se tratando de faroestes.<br /> Precisaremos esperar um pouco mais para ver surgirem os personagens “crepusculares” que estão em foco, aqui: são figuras do pós-psicologismo posto entre os duelos, inserido no meio das batalhas de brancos contra índios e as lutas de brancos contra brancos, quando aparece a nostalgia final, a melancolia dos inadaptados expulsos do paraíso que, de uma hora para outra, podia virar um inferno. Eles só surgiram quando o western passou a ter um olhar retrospectivo sobre o próprio pó, depois de assentado em prestígio consolidado por críticos principalmente europeus, apaixonados pelo gênero que amadurecera. Os faroestes que ainda gaguejavam, nos primeiros tempos, não poderiam jamais oferecer o material dos pistoleiros do entardecer caminhando para a morte como única herança de profissionais já sem lugar num mundo em mudança radical, ou seja, penetrado pelo “progresso” com e sem aspas, gerando a solidão que olha para trás e não sabe o que lamentar: o que aconteceu ou o que não aconteceu, a solidão ou a companhia que trouxe todo tipo de gente para onde só existia céu, vales e montanhas tão magnificamente desertas que a presença do ser humano parecia um pecado no jardim de um falso Éden. <br /> É nessa obra de hesitação e desilusão que queremos trabalhar ambiguidades surgidas no fim do ciclo, minerando o filão que está mais ao fundo na mina da dúvida. Por um breve momento – antes de desaparecer – o faroeste pareceu que estava trazendo Hamlets armados até os dentes para o "deslimite" da fronteira entre o Bem e o Mal agora incertos ou, de repente, mixados por metros e metros de películas feitas não mais com a certeza, mas com perguntas inquietantes levadas pela alma errante dos ventos. Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3842481373599264192.post-43004921845858323002014-04-24T14:35:53.151-03:002014-04-24T14:35:53.151-03:00FERNANDO MONTEIRO acrescentou complementação do te...FERNANDO MONTEIRO acrescentou complementação do texto "Personagens Crepusculares do Western": <br /><br />1. O western, nos seus primórdios (que se confundem com os do cinema americano), era sem complexidades: ele não tinha – nem podia ter – “matizes psicológicos”, em tempos de pura ação fotografada, cavalgadas e simples pulsação do espaço que invadia, ou melhor, dilatava as telas ainda tomadas pela imitação servil de um palco de teatro. <br /> Essa primeira contribuição do gênero trouxe o respiro das planícies para uma visão até então confinada, ali, naquele momento em que tudo ainda engatinhava nos limites daquela “invenção de feira” ainda por se desenvolver como linguagem artística, ultrapassando dos limites de alguma engenhoca digna apenas de curiosidade. <br /> Praticamente, não havia roteiro, naquela época. O que alimentava a ação eram os ecos das lendas de um Oeste fabulado, mitificado até quase à caricatura. Mocinhos de chapelão branco, bandidos de lenço levantados por sobre o nariz e correrias entre índios de opereta e heroísmos e vilanias desenfreadas... Tudo parecendo coberto, hoje, pela poeira esbranquiçada da ingenuidade que opunha o Bem ao Mal do modo mais esquemático possível e, depois fazia tudo terminar sempre bem ((um tanto subitamente, no mais das vezes). Esse maniqueísmo de Nickelodeon levava à inevitável a prisão dos bandidos e ao triunfo de mocinhos imaculados, abraçados mais a seus cavalos do que às “mocinhas” de olhos pintados.<br /> Era como se bastasse o simples milagre, ainda: ver a recriação do caminho de ferro avançando, metro a metro, sobre o território inóspito – sendo que muitos dos pioneiros de Hollywood recordaram de uma eventual superposição de mito e realidade, quando os estúdios do começo do século passado eram visitados, por exemplo, por lendas do Oeste ainda vivas como o ex-xerife Wyatt Earp (falecido em 1936) presente em sets nos quais eram rodadas aquelas semi-pantomimas geralmente de dois rolos, com quase todos os atores de bigodes caídos sobre os lábios. Ou seja, tudo às vezes podia se confundir, por trás e na frente das câmeras, quem sabe “autenticando” um espetáculo montado mais para o burlesco do Circo de Buffalo Bill do que para qualquer outra coisa... <br /> <br /> <br /><br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3842481373599264192.post-40085135386501729562014-04-24T01:00:16.993-03:002014-04-24T01:00:16.993-03:00FERNANDO MONTEIRO escreveu:
A honra é toda minha,...FERNANDO MONTEIRO escreveu:<br /><br />A honra é toda minha, Darci amigo, por ver a modesta "introdução" a um subtema que os faroestes só visitaram nos seus últimos decênios, tratado com as honras editoriais que o seu WESTERNCINEMANIA sabe conferir aos assuntos desse gênero cinematográfico que todos, aqui, amamos.<br /><br />Abraço grato.<br />Anonymousnoreply@blogger.com