UMA REVISTA ELETRÔNICA QUE FOCALIZA O GÊNERO WESTERN

19 de fevereiro de 2011

KATE HEPBURN E ROOSTER COGBURN

Ela estava no cinema há mais de 40 anos e era de longe a mais consagrada e respeitada atriz norte-americana, vencedora de três prêmios Oscar de Melhor Atriz (viria a receber um quarto Oscar em 1981). Nunca havia feito antes um Western de verdade, desconsiderado “Lágrimas do Céu” (The Rainmaker), com Burt Lancaster, que não é um autêntico Faroeste. E surpreendentemente, em 1975 contracenaria com John Wayne, de tapa-olho e tudo, revivendo Rooster Cogburn de “Bravura Indômita” (True Grit). E ainda por cima, aos 68 anos de idade, deveria repetir as perigosas cenas vividas com Humphrey Bogart em “Uma Aventura na África” (The African Queen). E como fez em todos os filmes que participou Katharine Hepburn esbanjou talento e profissionalismo. Aparentemente ela e Duke não teriam nada em comum, muito pelo contrário, mas o que se viu em “Justiceiro Implacável” (Rooster Cogburn) foi um clima de perfeita camaradagem entre os veteranos atores, ambos nascidos em 1907, ela no dia 12 de maio e ele 14 dias depois. Está certo que não foi um filme à altura da soma dos talentos de Kate e Duke, dirigido por um diretor inexperiente e que sequer viria a fazer carreira (Stuart Millar), resultando num western memorável apenas pela presença dos dois intérpretes principais, mas que, ainda assim, emociona a quem o assiste. Em diversas cenas a forma respeitosa com que John Wayne reverencia Katharine observando-a atuar vale mais que todos os Oscar que ela recebeu. Se as cenas de ação não são muito convincentes e a trama dá a impressão que já assistimos ao filme, os diálogos bem humorados entre Kate e Duke fazem valer o preço do DVD. (Quem escreveu o roteiro foi a atriz Martha Hyer sob o pseudônimo de Martin Julien; a bonita Martha Hyer era esposa de Hall B. Wallis, produtor do filme.) Rever “Justiceiro Implacável” leva a imaginar como teria sido bom ver John Wayne e Katharine Hepburn mais vezes juntos, de preferência em outros Westerns...

3 comentários:

  1. Até posso concordar que Justiceiro Implacável não é o melhor filme de Duke. Mas ele tem filmes muito piores. E o Diretor, Stuart Millar, de quem muito pouco achei em pesquisas, não chega a comprometer a fita. É sim um bom faroeste, mesmo que isto possa se dar por conta destes dois monstros comandando a fita. Porém, como já frisei, ja vi Justiceiro...umas seis ou mais vezes, e muitos pouco de defeito achei nele. Inclusive o final, num cenário belissimo, é um tanto que inédito em fitas do gênero, com John Waine, numa situação de vida muito ruim ao lado de Hepburb, tem aquela idéia de deixar as águas levarem aquelas caixas, que eram objetos de cobiça dos vilões, carregadas de dinamite, que as explode com tiros certeiros quando as mesmas se aproximam dos bandidos, exterminando-os.
    Além do mais, assim como Bravura Indomita, Justiceiro...é fotografado num belissimo cenário, o que enleva a beleza da fita, já muito bem emoldurada por Waine e Hepburn.
    Gosto sim da fita que, está longe de Bravura Indômita que considero, ao lado de Rio Vermelho, O homem que matou o facínora e Onde Começa o Inferno, o quarto melhor filme do Duke que, inclusive, lhe proporcionou seu primeiro Oscar. jurandir_lima@bol.com.br

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  2. Caro Jurandir
    Você há de convir que a reunião de Kate e Duke mereceria um filme assim no nível de "Uma Aventura na África". Não disse que o filme não é bom, mas que não faz jus a esse memorável encontro cinematográfico, isso não faz... - Kit Hodgkin

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  3. Duke e Kate eram considerados atores com forte temperamento, e o encontro dos dois prometia sair faiscas, todavia o filme não
    atingiu as expectativas. Foi uma verdadeira decepção para nós
    fãs do dois monstros sagrados.

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